Na imagem, a presidente do governo a União Europeia, Ursula von der Leyen (à esq.), e o presidente Lula (à dir.) – Ricardo Stuckert/Lula Oficial – 6.dez.2024
Lideranças do Mercosul e da União Europeia anunciaram nesta sexta-feira (6) um acordo de livre comércio que promete estreitar os laços entre os dois blocos econômicos. Apesar do avanço histórico, o texto ainda precisa superar uma longa e complexa jornada de aprovação antes de entrar em vigor.
O anúncio foi feito durante uma cúpula em Montevidéu, com a presença de líderes como o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O marco ocorre 25 anos após o início das negociações, mas ainda não há previsão para a implementação efetiva.
De acordo com a União Europeia, a conclusão das negociações representa apenas o “primeiro passo” rumo à validação do acordo. O texto agora segue para revisão legal, tradução para as línguas oficiais dos blocos e aprovação pelos parlamentos e conselhos das nações envolvidas, um processo que especialistas apontam como desafiador.
Para que o acordo entre em vigor, uma série de etapas ainda precisa ser cumprida:
No Mercosul, o texto será analisado pelos parlamentos dos cinco países-membros: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Já na União Europeia, o acordo passará pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia, que exige aprovação de pelo menos 55% dos países do bloco, representando no mínimo 65% da população total.
A ratificação do acordo enfrenta resistência de países europeus, com destaque para a França. Agricultores franceses temem que a entrada de produtos agrícolas sul-americanos, mais baratos, prejudique a competitividade local. Argumentos semelhantes foram apresentados por associações agrícolas da Polônia e de outros países.
Em entrevista coletiva, Ursula von der Leyen buscou amenizar as tensões, afirmando que o acordo oferece “benefícios mútuos” e inclui salvaguardas para proteger os interesses dos agricultores europeus. No entanto, o presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou na quinta-feira sua oposição ao texto atual, classificando-o como “inaceitável”.
Do lado sul-americano, o acordo é visto como uma oportunidade para ampliar mercados, especialmente no setor agrícola. Entretanto, especialistas alertam para os desafios que indústrias locais podem enfrentar com a concorrência de produtos europeus, especialmente nos setores químico, automobilístico e industrial.
O professor Paulo Velasco, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), destacou em entrevista à GloboNews que a aprovação do acordo obrigaria os países da União Europeia a cumprirem as condições estabelecidas, já que a soberania comercial é centralizada no bloco europeu.
Com potencial para afetar cerca de 700 milhões de pessoas, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia é considerado um dos maiores do mundo. No entanto, a implementação dependerá de concessões políticas e superação de barreiras nacionais e internacionais.
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