Em votação apertada, Supremo Tribunal Federal declara orçamento secreto inconstitucional

PUBLICIDADE

Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucionais as emendas de relator do Orçamento, as chamadas RP9, mais conhecidas por orçamento secreto. A corte finalizou hoje (19) o julgamento de ações dos partidos Cidadania, PSB, PSOL e PV, que entendem que as emendas RP9 são ilegais e não estão previstas na Constituição.

Até o último dia 15, quando o julgamento foi suspenso, o placar era de 5 votos a 4 contra o orçamento secreto. A presidente do STF e relatora das ações, ministra Rosa Weber, votou pela inconstitucionalidade das emendas RP9  e foi seguida pelos ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Ela considerou que o modelo prejudica a distribuição de recursos, o direito dos parlamentares de participar do ajuste do Orçamento e a sociedade, por dificultar a obtenção de informações sobre a aplicação do dinheiro.

Já os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Nunes Marques votaram pela possibilidade da adoção das emendas, mas com a aplicação de formas proporcionais de distribuição e de fiscalização. E o ministro André Mendonça votou para manter as emendas de relator ao entender que a decisão política sobre o destino dos recursos orçamentários cabe ao Legislativo.

Após a suspensão do julgamento, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que muda as regras dos recursos distribuídos pelas emendas de relator para tornar esses repasses mais transparentes à sociedade.

Nesta segunda-feira (19), ao proferir seu voto, o ministro Ricardo Lewandowski disse que a medida apresentou avanços para “mitigar a enorme discricionariedade que o relator tem na distribuição dos recursos orçamentários”. Entretanto, para ele, as mudanças ainda não estão de acordo com os parâmetros constitucionais de transparência. Já o ministro Gilmar Mendes, último a votar, julgou as ações parcialmente procedentes e avaliou que, apesar da necessidade de se garantir mais transparência, não é possível simplesmente declarar inconstitucional a possibilidade de emendas de relator previrem despesas, restringindo-a a ajustes técnicos.

O apelido de orçamento secreto surgiu da ausência de identificação dos deputados e senadores que indicaram a aplicação de tais recursos. Assim, segundo críticos das RP9, as emendas são usadas pelo Executivo federal para cooptar deputados e senadores a votarem matérias de seu interesse em troca de alocações diretas para órgãos públicos. Os recursos previstos para 2023 estão em torno de R$ 19 bilhões.

PUBLICIDADE

Últimas notícias

MPPB confirma confissão de ex-secretário em caso do assassinato do vereador Peron Filho, de Jacaraú

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) confirmou nesta terça-feira (16) que o ex-secretário de Transportes…

16 de dezembro de 2025

ALPB vota nesta quarta-feira a LOA 2026 com mais de R$ 182 milhões em emendas

A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realiza nesta quarta-feira (17) a votação do projeto da…

16 de dezembro de 2025

Ricardo Barbosa admite intenção de disputar eleição suplementar em Cabedelo: “Colocar meu nome à disposição do povo”

O presidente da Companhia Docas da Paraíba, Ricardo Barbosa (PSB), confirmou que pretende disputar a…

16 de dezembro de 2025

Gervásio descarta retorno ao MDB e reafirma permanência no PSB e na base de João Azevêdo

O deputado federal Gervásio Maia (PSB) afirmou, em entrevista nesta terça-feira (16), que permanecerá filiado…

16 de dezembro de 2025

Mulher grávida fica ferida em incêndio acidental causado por criança em JP

Uma mulher grávida de três meses ficou ferida em um incêndio acidental registrado na noite…

16 de dezembro de 2025

Walber diz que Cabo Gilberto concentra comando do PL e avalia migração para Novo ou União

O Partido Liberal (PL) na Paraíba vive um momento de instabilidade interna. Deputados estaduais da…

16 de dezembro de 2025