Eike Batista nega envolvimento em investimentos de fundos de pensão

 “Acho que está muito claro que não me convidaram para a festa”, declarou o empresário Eike Batista ao ser questionado, na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Fundos de Pensão, se não fora chamado para “o clube do amém”, em referência ao cartel de empreiteiras investigado na operação da Polícia Federal.

Segundo informações do presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM/PB) o empresário disse conhecer o lobista Fernando Soares (Fernando Baiano), que é um dos delatores da Operação Lava Jato. “Eike Batista afirmou na Comissão que eles teriam se reunido duas ou três vezes. À época, Baiano representava um grupo espanhol da área de estaleiros, mas os negócios entre eles não avançaram”, explicou Efraim.

O empresário disse não ter conhecimento de investimentos de fundos de pensão em ações de empresas de seu grupo e negou ter feito negócios com o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Fernando Baiano, investigado na Operação Lava-Jato, quem associou os dois empresários em delação premiada.

Ao ser questionado por um parlamentar, Eike disse desconhecer que um fundo de pensão tenha investido R$ 127 milhões em ações do grupo. O empresário também repetiu os argumentos apresentados mais cedo, durante depoimento na CPI do BNDES, quando disse ter buscado recursos junto a empresas estrangeiras.

Eike declarou ter sido vítima de retaliação por parte de empreiteiras por ter atuado com recursos e aval próprios em “projetos sadios”, com bancos privados assumindo riscos no caso de operações com apoio do BNDES, por exemplo. Uma vez que o negócio já estava distribuído, não teria espaço para as empresas dele.

A CPI foi criada para investigar indícios de suposta manipulação incorreta em fundos de pensão complementar. Apresentado pelo deputado Marcus Vicente (PP-ES), o requerimento para ouvir o empresário informa que o Grupo EBX, que faliu em 2013, recebeu aportes financeiros dos principais fundos de pensão investigados pela comissão.

PB Agora