O depoimento será à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que aprovou nesta quarta-feira (3) um requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). No dia 25 de junho, ele prestou esclarecimentos na Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
O convite relata expressamente que Greenwald será chamado a “prestar informações sobre fatos revelados que vem causando repercussão nacional e internacional, sobre troca de mensagens, por meio do aplicativo Telegram, entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador da república Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato”.
Na terça-feira, Moro foi à CCJ da Câmara dar explicações sobre as supostas mensagens trocadas via Telegram quando era juiz federal, responsável pelas ações da Lava Jato de Curitiba. Essa foi a segunda vez que o ministro prestou esclarecimentos, já que esteve na CCJ do Senado, no final de junho.
O texto de Randolfe justifica o convite a Glenn apontando que o conteúdo atribuído revela “possível condução e interferência” nas apurações da operação.
“O material apresentado traz enorme preocupação no que diz respeito a uma possível condução e interferência pessoal de juízes e procuradores, que vão na contramão do princípio da imparcialidade, que sempre deve balizar a conduta dos membros do Ministério Público e do Poder Judiciário”, diz a justificativa do requerimento.
Por fim, o senador do Amapá cita ameaças ao jornalista dos Estados Unidos. “O jornalista Glenn Greenwald vem sofrendo publicamente ataques de diversos setores do governo”, segue o texto. “Logo, a presença do autor dessas impactantes reportagens a esta Comissão de Constituição e Justiça é fundamental para o esclarecimento de um assunto que vem trazendo enorme
repercussão para o país. É a oportunidade para que traga as explicações que considere necessárias à sociedade brasileira.”
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