Nessa época do ano as caravelas e águas-vivas chegam à costa nordestina, trazidas pelas correntes marítimas e ventos quentes. Elas podem causar queimaduras e, em casos extremos, até a morte. Para falar sobre esse tema, foram ouvidos uma demartologista, bombeiros e um professor de biologia.
Com a chegada do verão, muitas famílias vão às praias para passear e se divertir. Mas nessa mesma época do ano também chegam à costa nordestina as caravelas e águas-vivas. Animais marinhos, trazidos pelas correntes marítimas e ventos quentes, responsáveis por muitas queimaduras, principalmente em crianças. Em casos extremos, o contato pode até levar à morte.
Para a dermatologista Adriana Braz a maioria dos casos são queimaduras leves e com boa resposta aos primeiros socorros feitos no local do acidente. “São poucos os casos que chegam com queimaduras mais graves no consultório dermatológico. A maioria dos sintomas são queimaduras avermelhadas, dor intensa e sensação de queimação, podendo chegar a formar até bolhas, porém podem acontecer sintomas sistêmicos como náuseas, vômitos e dor de cabeça”, comentou.
Ainda segundo ela, o s sintomas mais graves são hipotensão, arritmia cardíaca, insuficiência respiratória e morte. Além disso, Adriana Braz ressalta a importância de nunca lavar a região afetada com água doce nem tentar retirar os tentáculos com as mãos. “A água doce aumenta a liberação de toxina. O ideal é lavar o local com água salgada, de preferência gelada e, em seguida, colocar vinagre para neutralizar as toxinas. Além disso, não coloque pomadas, urina, nem friccione o local. Se for necessário retirar fragmentos do tentáculo, utilize luvas ou uma pinça para retirá-los”, afirmou. Mesmo apresentando sintomas sistêmicos leves, recomenda que o acidentado se dirija ao Hospital de Emergência e Trauma para ser monitorado. “Mesmo com sintomas sistêmicos leves, o ideal é ir ao hospital de referência pois estes podem evoluir”, comentou.
Quem explica o perigo das caravelas é o professor de biologia, Clemente Coelho Júnior, que destaca que elas possuem um corpo que as fazem flutuar na superfície do mar e tentáculos que podem chegar a dois ou três metros, dependendo da espécie. São esses longos apêndices com células urticárias que causam as queimaduras. De acordo com professor de biologia da UPE, Clemente Coelho Júnior, as pessoas devem evitar qualquer tipo de aproximação, seja no mar ou na areia. “Quando esses animais encalham e morrem na praia, muitas pessoas, por curiosidade, querem tocar e isso é um risco muito grande”, comentou.
O Corpo de Bombeiros intensifica os trabalhos educativos durante as férias, de acordo com o capitão Alysson Barros. Principalmente em áreas de alta incidência desses animais, informam às pessoas dos riscos e precauções necessários. Segundo ele, as crianças são as maiores vítimas porque a aparência das caravelas chama a atenção dos pequenos. “Elas acham que aquilo é inofensivo.”
Caso a pessoa venha a sofrer uma queimadura, ela deve utilizar alguma roupa ou material que a proteja para retirar o animal de seu corpo e evitar que a toxina se espalhe. “Todo posto de guarda-vidas e bombeiro está munido de ácido acético, o vinagre, para essas situações. O vinagre ajuda a eliminar a toxina da caravela na região queimada”, disse o capitão.
Da Redação