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RS: três pacientes que receberam nebulização com cloroquina morrem

Três pacientes que receberam nebulização de cloroquina morreram no hospital Nossa Senhora Aparecida, em Camaquã, no Rio Grande do Sul. As mortes foram confirmadas nessa quarta-feira (24) pelo hospital.

Segundo a instituição, os pacientes receberam a medicação experimental têm documentado em prontuário taquicardia, ou arritmias, algumas horas após receberem a nebulização. “Dois deles já estavam em grave estado geral, com insuficiência respiratória em ventilação mecânica e um deles estava estável, recebendo oxigênio por máscara com boa evolução”, informou o hospital sobre os casos que evoluíram para óbito.

A responsável pela realização do procedimento foi a médica que teve a atuação defendida pelo presidente Bolsonaro em uma rádio local no dia 19 de março deste ano. A profissional havia sido desligada do hospital no dia 17, após tentar obrigar uma equipe assistencial a aplicar, via inalação, uma solução com hidroxicloroquina manipulada por ela.

Mesmo afastada do quadro da unidade, a profissional continuou oferecendo o tratamento aos pacientes que chegava na unidade, mas como não há comprovação científica sobre a eficácia da medicação, os médicos se recusavam a prescrevê-la.

O tratamento só foi autorizado depois que a família de um dos pacientes conseguiu na Justiça uma liminar para receber a nebulização, com a condição de que a médica assumisse a assistência integral no caso. O hospital, então, firmou um termo de responsabilidade com essa e outras famílias de pacientes que tinham interesse no procedimento. No documento, eles declararam ter ciência de que não há comprovação científica a respeito do tratamento e se responsabilizaram, junto com a médica, pelas eventuais consequências.

Em nota, o hospital Nossa Senhora Aparecida informou que não é possível afirmar que houve relação direta entre os óbitos e a inalação com hidroxicloroquina. No entanto, não há nenhuma indicação de houve melhora. “Os indícios sugerem que (a nebulização) está contribuindo para a piora, porque todos os casos (de óbito) apresentaram reações adversas após o procedimento”, diz o comunicado.

O hospital afirmou que não acredita que a médica responsável pelo procedimento e os familiares, “em momento algum quiseram causar mal aos pacientes”, mas reforçou que essa ou qualquer tipo de terapia deve passar por profunda investigação e pesquisa científica antes de ser aplicada.

PB Agora com Jornal o Tempo

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