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Risco de colapso aumenta em Campina Grande com superlotação de leitos e UTIs para pacientes com Covid

Os números são preocupantes. Aumento de casos de Covid, hospitais lotados e desencontro de informações. Campina Grande está a beira de um colapso no sistema público de saúde. A cidade vive o pior momento da pandemia. Pela primeira vez desde o início da pandemia, praticamente todos os leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTIS) disponíveis para pacientes com a Covid-19, ficaram ocupados essa semana. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, 99% dos leitos de enfermaria existentes na cidade ficaram ocupados na última sexta-feira (21)

Campina Grande recebe pacientes de 69 municípios das regiões do Brejo e Agreste do Estado. Muitas dessas cidades tiveram, nas últimas semanas, uma elevação exacerbada de casos.

Os números da SES se confrontam com os dados da Secretaria de Saúde do Município, que confirma a gravidade da doença, com os leitos prestes de atingir a capacidade máxima. No entanto, a secretaria garante que ainda há uma reserva técnica, para a demanda interna.

Em meio ao desencontro de informações, o Hospital de Clínicas de Campina Grande (HCCG) e o Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), o Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, e o Hospital Pedro I   atingiram quase os 100% de ocupação de UTI para tratamento da Covid-19. A direção do hospital das Clínicas, informou que muitos dos pacientes internados na unidade hospitalar são oriundos de Esperança, no Agreste do Estado, que teve uma “explosão” dos casos de Covid nos últimos dias. A UPAS do Alto Branco e Dinamérica, que também atendem pacientes com Covid, chegaram a capacidade máxima essa semana.

Desde o começo da semana que o Conselho Regional de Medicina da Paraíba, havia constatado a superlotação, após uma análise de dados enviados pela Secretaria Municipal de Saúde.

Ao todo, foram analisados dados de leitos exclusivos para o tratamento da Covid-19 em nove unidades de saúde, sendo seis públicas e três privadas. As públicas são o Hospital Universitário Alcides Carneiro, Hospital de Clínicas, Hospital Pedro I, Hospital de Trauma, UPA Alto Branco e Isea (exclusivo para gestantes). As privadas são o João XXII, Antônio Targino e Santa Clara.

Diante do colapso, os pacientes que chegaram a Campina Grande para serem internados na última sexta-feira, não encontraram vagas e foram transferidos para João Pessoa.

DECRETO – Devido o aumento dos números de Covid, um novo  decreto de Campina Grande assinado pelo prefeito Bruno Cunha Lima (PSD), limita funcionamento de bares e restaurantes até 16h. Com o novo decreto, alinhado com as diretrizes  do governo do Estado, bares, restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência, praças de alimentação e estabelecimentos similares passam a funcionar com atendimento das 6h às 16h, até o dia 6 de junho.

O decreto reconhece as atividades religiosas como essenciais. Elas podem funcionar com 30% de sua capacidade, respeitando um distanciamento de um metro e meio entre as pessoas.

A GEVISA, o Procon Municipal, a Guarda Civil Municipal e a Defesa Civil ficarão responsáveis pela fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas, e o descumprimento delas sujeitará o estabelecimento à aplicação de multa e poderá implicar no fechamento em caso de reincidência.

No Sertão, o aumento de internações de pacientes com Covid-19, também  ameaçou desmantelar o serviço de saúde pública. Em Patos, o hospital público da cidade atingiu a capacidade máxima de ocupação essa semana.

Com lotação, os pacientes que precisam de atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), estão sendo remanejados para o Hospital Regional de Cajazeiras e para o Hospital de Clínicas de Campina Grande. Como Campina atingiu a capacidade máxima, eles foram transferidos para a Capital.

O secretário da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Geraldo Medeiros, confirmou que a situação é preocupante.

Ainda de acordo com o secretário Geraldo Medeiros, a lotação dos hospitais do Sertão pode ter acontecido pelo não cumprimento das medidas restritivas estabelecidas pelo estado. “O nosso alerta, emitido há três semanas, não foi absorvido por uma parcela da população”, disse.
Segundo a SES, a rede estadual de hospitais tem a função de remanejar os pacientes de uma macrorregião para outra, caso haja a lotação, como acontece no Sertão da Paraíba, que corresponde a 3ª Macrorregião de Saúde.
O vice-presidente do CRM-PB, Antônio Henriques, ressaltou que é necessário que todos contribuam com as medidas sanitárias para que a pandemia não se agrave ainda mais no estado.

“Estamos preocupados com o aumento do número de casos, principalmente entre os jovens. A situação dos médicos também nos preocupa, pois estamos sobrecarregados há mais de um ano de pandemia, nos esforçando ao máximo para dar conta do atendimento aos pacientes. Precisamos da colaboração de todos, não promovendo aglomerações, usando máscaras e higienizando as mãos, inclusive os que já foram vacinados”, afirmou.

Severino Lopes
PB Agora

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