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PB: relatório aponta para predominância de Delta, mas variante Ômicron assusta

Os dados são preocupantes. A Paraíba tem registrado, em média, 3 mil novos casos de Covid-19. O elevado índice, tem causado preocupação aos infectologistas e às autoridades sanitárias. O avanço da pandemia, também aumentou os casos de internações e óbitos no Estado.

Um relatório divulgado pelo Laboratório Central do Estado (LACEN-PB), mostra que  os casos de contaminação da Covid-19 pela variante indiana Delta, predominam na Paraíba. No entanto, os infectologistas e autoridades sanitárias alertam que nos próximos meses pode haver uma explosão de infecção pela variante Ômicron no Estado.

O Laboratório Central envia constantemente amostras para sequenciamento genético na Fundação Oswaldo Cruz   no Rio de Janeiro, que identifica quais são as variantes que tem circulado na Paraíba, e a evolução de cada uma delas, ao longo da pandemia.

Desde o início da pandemia, o Lacen enviou 1.518 amostras com pessoas infectadas em várias regiões do Estado, para estudo genético da Fundação Oswaldo Cruz. O último relatório foi enviado em janeiro

O relatório mostrou que da quantidade enviada, 1.045 dos casos, o que corresponde a 69% dos casos, foi de contaminação pela variante indiana Delta, e 250 amostras, o que responde a 17% foi da variante Gama e outros 14% por variante múltiplas. Apenas um caso foi registrado com a variante Ômicron no relatório analisado pela  Fundação Oswaldo Cruz.

Mas para os próximos relatórios no mês de fevereiro, a Vigilância Epidemiológica e o Lacen, acreditam que a variante Ômicron apareça com mais frequência.

A Diretora do Lacen,  Dalane Loudal , destacou que o laboratório da Paraíba está com 700 amostras em investigação. Ela acredita que os casos da Ômicron devem explodir no próximo relatório, devido a alta taxa de transmissibilidade desta variante.

Um outro estudo mostra que a Ômicron já representa 90% dos casos confirmados na Paraíba este ano, o que deve ser confirmado no próximo relatório. O temor das autoridades sanitárias, é que a explosão dos casos de contaminação pela Omicron, provoque um aumento de internações e superlote os leitos destinados para pacientes com Covid-19 na Paraíba.

O primeiro caso de infecção pela variante ômicron do novo coronavírus, segundo informou a Secretaria Estadual de Saúde (SES), foi registrado no final do ano passado. A paciente é uma mulher, de 31 anos, que mora em Campina Grande.

Conforme a SES, a mulher que testou positivo para a variante, voltou de uma viagem para São Paulo e começou a apresentar sintomas da Covid-19 no dia 10 de dezembro de 2021.
Ela fez o teste para detecção da doença no Hospital das Clínicas de Campina Grande no dia 13 do mesmo mês e ano. O exame foi analisado pelo Laboratório Central da Paraíba (Lacen-PB) e o resultado positivo divulgado no dia 14.

De acordo com o infectologista Fernando Chagas, apesar de não ter o potencial de provocar tantos casos graves em relação a outras variantes, a ômicron é muito mais transmissível, até mesmo que a Delta.

“Quando se adoece muita gente ao mesmo tempo, infelizmente vai se encontrar também, em grande quantidade, pessoas que acabam evoluindo para a forma grave. Principalmente quando a gente considera as populações mais frágeis a presença desse vírus, que são idosos com comorbidades, gestantes, pessoas com imunossupressão, que acabam sofrendo maior risco de evolução para forma mais grave”, disse

Segundo Fernando Chagas, com o avanço nos casos de gripe e influenza, muitas pessoas podem se confundir com os sintomas, mas a população deve ficar atenta aos cuidados de prevenção. “É um cenário complexo. No caso da ômicron, a gente não vê com tanta frequência como víamos anteriormente aquela falta de olfato e paladar, que é ainda uma característica do SARS-CoV-2”.

O infectologista explicou que a ômicron causa principalmente dores de garganta, dor cabeça persistente, moleza e  franqueza, que se confundem com a própria gripe ou um resfriado.

Fernando Chaga afirmou que a depender das variantes, os sintomas podem ser diferentes.
Para ele, as pessoas devem manter o isolamento, e cuidado para evitar a forma grave, além de observar os sinais de gravidade, que é dor no peito e falta de ar.
“É importante também monitorar se possível com oxímetro, aquele aparelhinho de dedo, porque se o índice de oxigênio estiver abaixo de 94% essa pessoa precisa de fato ser vista por um médico com urgência”, explicou o médico, ressaltando o uso de máscaras e distância das aglomerações.

Após testar positivo, o secretário de Saúde Geraldo Medeiros, reafirmou que os nos meses de fevereiro e março deverá haver um grande incremento no número de casos de Covid-19, por conta da variante Ômicron. Ele lembrou que as pessoas que têm algum tipo de comorbidade podem desenvolver um quadro mais grave da doença.

Geraldo Medeiros, afirmou que os decretos são dinâmicos e o surgimento de novas variantes do coronavírus, como a Ômicron, revelam a necessidade de novas medidas e uma nova avaliação.

Geraldo reforçou a importância de utilizar, com o surgimento da variante Ômicron, o uso de máscara, especialmente a máscara N95, que tem uma probabilidade de maior proteção do que as demais.

“Nós estamos alertas e a população deve estar alerta, principalmente nesse veraneio, nas férias, que as pessoas ultimamente tendem a relaxar o uso de máscaras, aqueles meios de prevenção que todos já conhecem, a lavagem das mãos com água e sabão, a utilização do álcool em gel, principalmente o distanciamento físico e a utilização de máscaras”, frisou.

O elevado índice de óbitos deixou as autoridades sanitárias apreensivas. O  secretário executivo de Saúde, Daniel Beltrammi, alertou para o rápido aumento de casos de Covid-19 no Estado.

Com a propagação do Ômicron, os casos de Covid-19, tem avançado numa rapidez assustadora na Paraíba. A média de novos casos, tem superado os 3.500 contaminados. A escalada da pandemia, após o surgimento da nova variante, começou na semana passada. Em cinco dias, quase 15 mil novos casos foram registrados na Paraíba. No último boletim da SES, divulgado neste domingo (30), foram registrados mais 3.555 casos da doença e sete novos óbitos.

Na atualização do sábado (29), foram registrados 3.670 novos casos da doença e nove óbitos confirmados. Já na sexta-feira (28), a SES registrou 3.354 novos casos na última atualização e 14 óbitos confirmados. Na quinta-feira, o Estado registrou mais 3.166 casos e 25 óbitos.
Com os dados deste domingo, a Paraíba totaliza 497.653 casos confirmados da doença, que estão distribuídos por todos os 223 municípios. O número de óbitos subiu para 9.702 mortes, desde o início da pandemia.

Severino Lopes
PB Agora

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