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Pandemia afasta homens de cuidados médicos e prejudica diagnóstico e tratamento do câncer de próstata

A pandemia afastou ainda mais os homens dos cuidados médicos e acabou reduzindo os exames para detectar o câncer de próstata. Levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia aponta que houve queda de 27% de exames de Antígeno Prostático Específico (PSA) e de 21% de biópsias de próstata. Foi registrada ainda uma redução de 21,5% das cirurgias para retirada da próstata por câncer.

Neste Novembro Azul, mês dedicado ao cuidado com a saúde do homem e prevenção do câncer de próstata, o Urologista do Sistema Hapvida em João Pessoa, Rafael Mourato, afirma que a pandemia foi um dos fatores que prejudicou a saúde das pessoas não apenas pela presença do vírus, mas pelo isolamento que se fez necessário associado ao medo que veio junto desse isolamento e a mobilização do sistema de saúde público e privado para combater o covid-19.

“Tudo isso junto afastou todos dos cuidados com outras doenças e os homens em especial, pois já são mais resistentes a procurar auxílio médico. Então, hoje já conseguimos observar pessoas com doenças mais avançadas por não terem procurado ou conseguido acesso aos cuidados com a saúde”, explica.

O especialista afirmou que em muitos casos a doença avança para demora em realizar o procedimento cirúrgico, reduzindo a chance de cura de alguns pacientes. “Em alguns casos, como câncer de bexiga, testículo e ureter um período de poucas semanas a meses é o suficiente para mudar completamente o quadro do paciente para pior quando não há tratamento. Para casos de doenças benignas isso também aconteceu, mas as consequências para a vida do paciente, na maioria das vezes, são menos preocupantes”, analisa.

Nesse sentido, o urologista afirma que a campanha Novembro Azul deste ano vem com uma força especial. “Com o poder e esforço dos profissionais de saúde e, sobretudo, dos urologistas de trazer os homens de volta ao cuidado com a própria saúde e, obviamente, ajudarmos no diagnóstico precoce do câncer de próstata. Veja que de cada 10 homens que descobrem estar com câncer, três deles estão com câncer de próstata. É uma doença muito presente”, aponta Rafael.

Por este motivo, Mourato lembra que o diagnóstico precoce tem justamente a finalidade de mostrar essa chance de forma clara e para isso, basta que as pessoas tenham em mente que quando se realiza o diagnóstico precoce as chances de cura são de 95%. “Então diagnosticar precocemente significa salvar vidas”, alerta.

O médico urologista do Sistema Hapvida reforça que convidar os homens para o Novembro Azul é mais do que avaliar a próstata. Para ele, é promover aos homens a possibilidade do cuidado, e ao se cuidarem, cuidar também de suas famílias evitando problemas. Além disso, é também a oportunidade de o urologista, como médico dedicado à saúde do homem, investigar outras doenças também comuns como hipertensão, diabetes e outras.

Dados – O câncer de próstata é o tipo mais comum de câncer entre a população masculina, representando 29% dos diagnósticos da doença no país. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam para 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano, entre 2020 e 2022. Homens com mais de 55 anos, com excesso de peso e obesidade, estão mais propensos à doença.

PB Agora

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