Em boletim divulgado ontem (12) pela Secretaria de Saúde da Paraíba, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste enfatizou que não existe nenhum embasamento científico ou clínico que justifique o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes em qualquer fase da infecção produzida pelo coronavírus.
O Comitê Científico do Consórcio Nordeste para o COVID-19 é composto por representantes de todos Estados da região e assessorados por cientistas e médicos de outras regiões do país e do exterior. O grupo analisa os dados repassados pelos 9 subcomitês a respeito da pandemia. O boletim traz artigos publicados nos últimos dias em diversas revistas científicas de grande relevância, corroboram esta compreensão e indicam os graves riscos, inclusive de morte súbita, que o uso indiscriminado desde medicamento pode acarretar.
Em meio a uma pandemia, não se justifica aumentar ainda mais o risco a que estão submetidos pacientes infectados, com a possibilidade de submetê-los a graves efeitos colaterais de uma droga que não foi devidamente testada neste tipo de infecção.
O artigo muito apresentado pelo governo Trump com justificativa para a defesa da hidroxicloroquina como tratamento para a infecção pelo novo coronavírus recebeu uma declaração de preocupação da sociedade que publica o periódico em questão trabalho foi publicado.
No dia 3 de abril de 2020, o International Journal of Antimicrobial Agents, afirmou que o artigo de 20 de março, “Hidroxicloroquina e azitromicina como tratamento de Covid-19: resultados de um ensaio clínico não randomizado de rótulo aberto” não atende ao padrão esperado da [Sociedade Internacional de Quimioterapia Antimicrobiana], especialmente relacionado à falta de melhores explicações sobre os critérios de inclusão e à triagem de pacientes para garantir a segurança do paciente. [1].
Uma equipe da Universidade de Paris e do Hospital Saint-Louis, também na capital francesa, avaliaram 11 pacientes consecutivos internados com o mesmo curso de tratamento que o grupo criticado. Um paciente morreu (e outros dois foram para a UTI) e, dos dez sobreviventes, 8 ainda eram positivos para o vírus 5/6 dias após o tratamento. Um paciente teve que interromper a terapia no dia 4 por causa do 3 prolongamento do intervalo QT, efeito colateral conhecido da hidroxicloroquina que pode levar à arritmia cardíaca fatal.
Outro ponto potencialmente importante e levantado na toxicologia de ratos relata interação com metformina, com cerca de 30% de mortalidade. Se isso se traduzir em seres humanos, pode ser uma má notícia, porque os diabéticos parecem um grupo de alto risco e muitos pacientes podem estar tomando metformina quando se apresentam no hospital. [2]
Os resultados com a Hidroxicloroquina são tão erráticos que há hospital deixando de usar HcQ.
1 https://blogs.sciencemag.org/pipeline/archives/2020/04/06/hydroxychloroquine-update-forapril-6
Redação