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Jovem supera atrofia e passa em curso

 Aos 21 anos, Thamires Ferreira Dantas, está no 6º período do curso de nutrição. Filha de um pedreiro e de uma dona de casa, ela é a primeira das famílias paterna e materna a conseguir ingressar no ensino superior. Aos seis anos de idade, os pais descobriram que a filha tinha uma doença degenerativa que debilitava o sistema nervoso, impedindo o movimento dos membros e até a respiração: Atrofia Muscular Espinhal (AME).

Oito anos depois da descoberta da doença, passando boa parte da infância e da adolescência em consultas e hospitais de outros estados do Nordeste, Thamires perdeu o movimento das pernas e por causa da doença já chegou a abandonar os estudos, por falta de acessibilidade.

Aluna de uma universidade particular de João Pessoa, ela foi uma das 1.415 pessoas beneficiadas no segundo semestre de 2014 pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) com uma bolsa integral, na Paraíba.

Cadeirante desde os 14 anos, a paulista de Osasco radicada na Paraíba há 16 anos conciliou a rotina de médicos na Paraíba, em Pernambuco e na Bahia com os estudos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Passou para o curso de Farmácia na UFPB. Chegou a cursar cerca de um mês e desistiu pela falta de acessibilidade. O G1 entrou em contato com a Prefeitura Universitária da UFPB para saber se há previsão para resolver os problemas, mas, após mais de um mês, os questionamentos não foram respondidos.

No mesmo ano, com a nota obtida no Enem, foi selecionada no Prouni e recebeu uma bolsa integral para cursar Nutrição em uma faculdade particular. “Não é uma doença que vai me parar, a gente tem que ver a vida por vários ângulos e se eu fosse ficar pensando somente que minha doença é degenerativa, eu não iria fazer nada. Iria viver em um rotina de médicos e esperar a morte chegar. Eu quero fazer diferença na vida das pessoas”, declarou Thamires .

Segundo a universitária, o incentivo da mãe, orientando para que não desistisse dos estudos, foi fundamental. “Minha mãe não tinha estudo, completou o ensino médio depois de adulta, mas sempre indicou que o caminho era por meio do estudo, do esforço na escola. Por isso, continuei focada no meu futuro, independente da doença”, acrescentou.

Thamires está a dois períodos de concluir o curso de graduação. Foram seis semestres sem reprovar nenhuma disciplina e mantendo o Coeficiente de Rendimento Escolar (CRE) acima de 7, pré-requisitos para que a bolsa integral continue sendo mantida.

Redação com G1

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