“Dizem o tempo todo que a gente tem que prevenir, ir ao médico, fazer exames, para descobrir se tem algum problema de saúde antes que se complique. Eu tentei, mas me disseram que era melhor não fazer exames porque demora muito”. A declaração é da empregada doméstica Dayane Souza, 19 anos, que afirmou ter recebido a negativa quando tentou fazer exames de rotina em um posto de saúde de Campina Grande.
Durante a consulta médica, ela foi informada que já existem pessoas esperando por exames de sangue desde o mês de junho, sem perspectiva de quando receberão os resultados. Em alguns casos, os pacientes são orientados a procurar laboratórios particulares, segundo informou uma médica da Atenção Básica que preferiu não ter o nome divulgado. Ela afirmou que a espera chega a seis meses. “A gente não orienta a não fazer, mas explica ‘olha, vai demorar, pode sair daqui a seis meses’ porque a gente sabe que demora mesmo. Quando é muito grave e a pessoa tem mais condições, a gente diz ‘dá um jeitinho de fazer particular e traz’”, contou a médica.
Quando o paciente não tem condições financeiras, de acordo com ela, a Secretaria de Saúde e a gerência do distrito são procuradas para tentar agilizar o atendimento. No entanto, exames de rotina e de prevenção não entram no critério de “urgência”. “Tem gente que, por exemplo, é diabética sem saber e passa seis meses sem saber e descobre só quando tem complicações, pode até falecer sem saber do que. Eles dizem que é muita demanda e é mesmo. É muita gente e pouco laboratório fazendo exames para o SUS”, afirmou.
O diretor de Planejamento e Regulação da Secretaria Municipal de Saúde, Eurivaldo Araújo, declarou que o prazo máximo para realização de exames é de 30 dias. De acordo com ele, a média de tempo é menor que isso.
Redação
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