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Com 81 Caps, a Paraíba é primeiro lugar em cobertura de saúde mental

 Com 81 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), a Paraíba ocupa o primeiro lugar no Brasil na cobertura desse serviço por número de habitantes, dispondo de uma rede preparada para acolher os dependentes químicos.

A coordenadora estadual de Saúde Mental, Shirlene Queiroz, avalia que o Estado está numa boa condição em relação a esse serviço. A gestão chega ao Dia Mundial de Saúde Mental, que transcorre nesta quinta-feira (10), tem ampliado a Rede de Atenção Psicossocial (Raps), a partir de um processo de discussão constante entre a Secretaria Estadual de Saúde e as secretarias municipais de maneira a garantir boa assistência a pacientes com transtorno mental ou problemas de saúde decorrentes do uso do crack e outras drogas.

 

Shirlene explica que, com a rede o paciente pode ser atendido na região onde mora, evitando se deslocar à Capital. “Em cada região o usuário poderá contar com a Unidade de Saúde da Família, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), Samu, UPA, leitos de saúde mental em hospital geral para desintoxicação e atendimento em situações de crises, Caps Ad III (24 horas), Caps i, unidades de acolhimento adulto e infanto-juvenil, residências terapêuticas, centros de convivência e projetos de reabilitação psicossocial.

 

A Raps é fruto de compromisso do Governo do Estado em interiorizar as ações de saúde. Já foram liberados recursos para um Caps Ad III em Piancó, outro em Cabedelo e dois em Campina Grande, que em breve serão inaugurados.

Treinamento de pessoal – A SES e o Centro de Referência Regional do Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFPB) estão qualificando 600 profissionais que trabalham com o serviço de saúde mental. Também teve início em 30 de setembro, uma qualificação de 180 horas em parceria com UFPB e o Hospital Universitário Lauro Wanderley para trabalhadores dos municípios de João Pessoa, Cabedelo, Caaporã, Santa Rita Bayeux e Sapé que atuam nos hospitais que vão oferecer leitos específicos para saúde mental.

A coordenadora Shirlene Queiroz disse que a Paraíba também tem alcançado resultados significativos dentro da reforma psiquiátrica. Ela informou que foram reinseridos no convívio familiar e social 40 moradores do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, e o consequente fechamento desses leitos.

A coordenadora Estadual de Saúde Mental realiza anualmente a Semana Estadual da Luta Antimanicomial que este ano, na sua terceira edição, contou com o apoio 35 municípios, quatro associações de usuários, Ministério Público, Ministério da Saúde, Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e outros parceiros.

Também neste ano foi instituído o Colegiado Estadual de Coordenadores de Saúde Mental que discute periodicamente o funcionamento da Rede de Atenção Psicossocial.

 

Mais ações – O Governo aumentou em quase 100 % o número de leitos em hospitais gerais destinados à assistência à saúde mental (de 37 para 71), com previsão de elevar esse número para 120 leitos até 2014.

A partir de visitas aos hospitais psiquiátricos foi elaborado relatório com nomes de todos os usuários institucionalizados, documento que já entregue à Promotoria Pública.

Dentro do processo de municipalização dos serviços, a SES articula com as Secretarias Municipais de Saúde a implantação de residências terapêuticas nos municípios que precisam acolher seus egressos de longa internação em hospital psiquiátrico. Nas 16 Regiões de Saúde também é pactuada a Rede de Atenção Psicossocial e elaborado o Plano Regional para esse serviço.

 

Caps – Entre os serviços mantidos pelo Estado está o Caps Ad III (24 horas) em João Pessoa, que trabalha com a desintoxicação do usuário. “Trabalhamos para minimizar os efeitos danosos do uso de drogas, sem ignorá-los ou condená-los, pois entendemos que a desintoxicação é apenas parte do tratamento, onde o usuário poderá ficar no acolhimento noturno por até 14 dias, no período de 30 dias”, destaca a diretora do serviço, Marileide Martins.

Pela qualidade e quantidade de atendimentos, o Caps Ad III na Paraíba recebeu elogios do Ministério da Saúde e está indicado como referência para Estados do Norte e Nordeste que estão implantando esse serviço, a exemplo do Piauí, Maranhão, Ceará, Amazonas e Pernambuco. No mês de agosto o Caps realizou 627 atendimentos, superando a média de vários Estados brasileiros.

O Caps – Ad III – Jovem Cidadão oferece atendimento individual e familiar ao usuário de álcool e drogas. “Esse é um dos nossos diferenciais, porque outros serviços oferecem apenas o tratamento em grupo”, disse Marileide Martins. O serviço mantém um projeto de geração de renda que já colocou no mercado de trabalho 112 ex-usuários de drogas por meio de parcerias com empresas e instituições.

 

Marileide Martins explica que o atendimento domiciliar é acionado pela família quando esta não consegue convencer o paciente a ir até o Caps. Uma equipe vai à residência e, com ajuda da USF, faz uma avaliação do paciente e toma as providências para o tratamento. “Também estamos fazendo busca ativa para identificar novos usuários de drogas e de álcool e providenciar o tratamento dessas pessoas”, disse a diretora.

No Caps, os pacientes recebem assistência médica e participam de oficinas terapêuticas que ajudam na recuperação. Marileide Martins disse que muitas vezes o paciente deixa o vício das drogas, mas fica com problema mental e por isso continua sendo acompanhado. “Temos pacientes que deixaram o vício das drogas há mais dez anos, mas como apresentam transtornos mentais, continuam em tratamento aqui no Caps, mesmo não sendo nossa referência esse tipo de atendimento”, complementa.

Marileide Martins explica que é preciso traçar com usuários, familiares e órgãos que foram a rede de atendimento as estratégias de redução de danos sociais e de saúde. O objetivo disso é resgatar a potencialidade e identidade pessoal, muitas vezes roubadas pelas drogas. “Sem essas articulações torna-se inviável um trabalho para o dependente químico, pois como se trata de drogas não há um único saber. É necessário agir numa perspectiva interdisciplinar, porque o problema é complexo. Pois estamos lidando com vidas de pessoas que pensam, opinam, sofrem e que tem direito ao exercício pleno da cidadania”, disse.

O atendimento no Caps preserva o usuário o mais consciente possível para um trabalho com atendimento individual, psicoterapia, oficinas terapêuticas, grupos operativos e atendimento medicamentoso quando necessário. O acompanhamento em comum acordo é chamado de plano terapêutico.

 

Outro serviço oferecido pelo Governo do Estado em João Pessoa é o Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, que disponibiliza cuidado especializado às pessoas em sofrimento mental. Há atendimento ambulatorial, de urgência psiquiátrica e internação hospitalar. No Espaço de Atenção à Crise – o pronto atendimento – é feito o acolhimento de urgência, onde o usuário passa por uma avaliação da equipe multiprofissional, podendo ser encaminhado para a observação e internação, ou ainda ser encaminhado para a rede de serviços substitutivos.

 

O gerente de ações estratégicas do Juliano Moreira, Madson Souza, explica que o atendimento ambulatorial pode ser agendado de segunda a sexta-feira, no Centro de Saúde Gutemberg Botelho, para psiquiatras, fonodiólogos, psicólogos, assistente social e odontologia. “De segunda a quarta-feira, a partir das 18h, oferecemos um conjunto de práticas integrativas para os diversos trabalhadores que, pelo seu dia a dia, não conseguem tempo para se cuidar”, destacou.

O Complexo também é referência no atendimento a usuários de crack, álcool e outras drogas, com duas enfermarias (masculina e feminina) totalizando 28 leitos e uma equipe específica para lidar com essa demanda. Outra ação importante é o monitoramento realizado aos usuários que “moravam” no hospital e voltaram à sociedade. Uma equipe realiza visitas sistemáticas aos usuários e verifica suas condições de saúde.

 

A equipe do complexo psiquiátrico é formada por médicos clínicos e psiquiatras, enfermeiros, técnico em enfermagem, cuidadores, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, educadores físicos, arte educador, pedagogo, assistente social, dentistas entre outros. Profissionais.

Modalidades de Caps

Caps I – Localizados em municípios com população entre 15 mil e 70 mil habitantes. Funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Atendem pessoas com transtornos mentais e com problemas relacionados ao consumo de álcool e outras drogas;

Caps II – Com equipe multidisciplinar mais numerosa, os Caps II atendem situações de saúde mental nos municípios com população entre 70 mil e 200 mil habitantes, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h;

Caps III – Estes serviços de saúde mental funcionam 24 horas, inclusive finais de semana e feriados, e podem ser implantados em municípios com mais 150 mil habitantes;

Caps-AD – Cidades que tenham mais de70 mil habitantes têm indicação de implantar Caps AD para atender pessoas que usam álcool e outras drogas;

Caps AD III – Estes serviços de saúde mental funcionam 24 horas, inclusive finais de semana e feriados, e podem ser implantados em municípios com mais 150 mil habitantes, para atender pessoas que usam álcool e outras drogas;

Capsi – Serviços de saúde propostos para atender crianças e adolescentes com algum tipo de transtorno mental (incluindo álcool e outras drogas) em municípios com mais de 70 mil habitantes.

 

Serviços em funcionamento

Caps i – Pombal, Sapé e Princesa Isabel;

Caps Ad – Sapé;

Caps Ad III (24 horas) – dois em João Pessoa , um em Princesa Isabel e um em Pombal;

Caps I – Araçagi, Cuité, Mulungu, Barra de Santa Rosa, Santa Luzia, São João do Rio do Peixe, Pilar, São Sebastião de Lagoa de Roça, São José de Piranhas e Rio Tinto;

Caps III – João Pessoa;

Unidade de a atendimento adulto em Sapé;

Unidade de atendimento infantil em João Pessoa;

Duas residências terapêuticas em Cajazeiras.

 

Secom PB

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