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Ciência avança em pesquisas sobre anticoncepcional masculino

 Sem hormônios, com poucos efeitos colaterais, de longo efeito e reversível: esse pode parecer o método anticoncepcional dos sonhos, e a ciência está próxima de torná-lo real. Para os homens. Um projeto desenvolvido nos Estados Unidos teve sucesso no experimento com animais. A solução, que pode substituir as cirurgias de vasectomia, poderá ser lançada comercialmente em breve.

Os testes realizados em macacos apresentaram resultados muito positivos, conforme mostra artigo publicado na revista especializada Basic and Clinical Andrology. Os machos que receberam o tratamento não foram capazes de engravidar suas parceiras e sofreram menos efeitos colaterais que os causados pela vasectomia. Agora, a Fundação Parsemius, responsável pelo estudo, planeja um teste clínico em humanos, que ainda não tem data definida.

O novo medicamento, batizado de vasalgel, não consiste em uma pílula. Trata-se de um hidrogel que é aplicado, com uma injeção, no canal deferente, duto por onde os espermatozoides são transportados dos testículos ao pênis. Depois de ser injetado, o gel forma uma barreira semipermeável capaz de reter os espermatozoides, que acabam reabsorvidos pelo corpo. Nos primeiros testes, realizados em coelhos, foi possível diluir o hidrogel com uma simples solução de bicarbonato de sódio.

Pesquisadora de métodos anticoncepcionais desde a década de 1980, a fundadora da Parsemius, Elaine Lissner, diz que a situação atual, com poucos métodos anticoncepcionais masculinos, é injusta para homens e mulheres. “Elas têm de aguentar os efeitos de métodos ‘abaixo do ótimo’ ou se submeterem a cirurgias. E os homens não contam com meios confiáveis e reversíveis para controlar seu futuro reprodutivo”, opina. Ela acrescenta que o tema se torna especialmente importante na era do vírus zika.

Métodos antigos

As opções contraceptiva para homens não mudam há mais de um século: por enquanto, as opções são a camisinha e a vasectomia. Pesquisas indicam que a maior parte dos homens se interessa por novos métodos contraceptivos. Muitos deles dão preferência a técnicas não hormonais, devido aos possíveis efeitos colaterais. Mesmo assim, os estudos de anticoncepcionais à base de hormônios continuam a receber mais investimentos.

Antes de beneficiar os homens, o novo tratamento poderá ajudar a controlar a população de primatas que vivem em zoológicos. Segundo os pesquisadores, o método ajuda a controlar a taxa de natalidade dos animais sem separá-los. “É ideal para o bem-estar que macacos fiquem juntos, mas também precisamos considerar questões de fertilidade”, explica a veterinária que liderou o projeto, Angela Colagross-Schouten. Em primatas, a vasectomia tem, com frequência, complicações.

Redação com revista especializada Basic and Clinical Andrology

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