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VÍDEO: de terno, Zé Alencar concede entrevista

O aperto de mão do vice-presidente José Alencar está fraco, sua voz é baixa e ele se move lentamente. Ainda não consegue ficar em pé enquanto se recupera de nova intervenção cirúrgica contra um câncer na região do abdome, descoberto em 1997.

Neste 1º de janeiro de 2011, seu maior desejo era estar ao lado de Lula e Dilma Rousseff para a cerimônia de transição do governo em Brasília. Mas, desaconselhado por médicos de viajar, Alencar organizou uma espécie de "posse" com jornalistas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

A entrevista foi dada por volta das 13h deste sábado. Naquele momento, Dilma ainda não havia tomado posse como nova presidente do Brasil. Assista no vídeo acima à entrevista.

Alencar recebeu a imprensa de terno e gravata. "Essa é minha cerimônia de despedida que estou fazendo para vocês. Estou pronto para a posse", disse ele. José Alencar inistiu em ir para Brasília até o horário de almoço deste sábado, mas seguiu o conselho da equipe médica e de Mariza Gomes da Silva, sua mulher. "Ela falou que não podia de forma alguma contrariar os médicos e ir a Brasília. Sei que estou em condições de sair daqui, ir lá, assistir em uma cadeira de rodas e voltar".

José Alencar sente-se bem e teve um réveillon com direito a leitão a pururuca e uma taça de vinho. Mas sua saúde ainda é delicada após ter passado novamente pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cardiológica do hospital. "Não me levanto aqui para chegar ali", disse ele, apontando o outro lado da sala, a menos de três metros de distância.

O vice-presidente quer retomar seu tratamento contra o câncer o mais breve possível. Estar internado no 11º andar do Sírio-Libanês não parece diminuir sua vontade de trabalhar. "Uma das coisas que eu gostaria era de ser presidente da República", disse José Alencar ao ponderar o que ainda tem vontade de fazer na vida. "Em 2014 eu teria 83 anos e o máximo que posso querer é disputar umas três ou quatro eleições, mas para o legislativo".

Alencar disse sentir que sua "missão está cumprida" e avaliou que o governo Lula "vai deixar muita saudade". "Foi um grande presidente, o maior de todos os tempos sem dúvida alguma, em todos os sentidos. Nunca podia imaginar que Lula realizasse o trabalho que tem realizado na esfera internacional. É uma coisa nunca vista na história do Brasil", disse ele.

Sobre os próximos quatro anos de governo sob Dilma Rousseff, Alencar defendeu como prioridade as reformas política e tributária. Também afirmou que o "Brasil está preparado para ser grande" e ressaltou o papel de Dilma para o desenvolvimento do país. "Ela representa a continuidade do crescimento e da redistribução da renda nacional. Vai representar também, e principalmente, que todos os atos de governo, seja da esfera econômica ou política, sejam voltadas para um resultado social que melhore a vida do brasileiro", disse.

Histórico

Alencar saiu nesta quinta-feira (30) da UTI do Sírio-Libanês. Ele foi internado por causa de uma hemorragia intensa e se recupera de um procedimento cirúrgico realizado na tarde da última terça-feira (28) para estancar um sangramento em um tumor que invade o intestino delgado.

Em setembro, o ex-vice-presidente foi internado no mesmo hospital em razão de um edema agudo de pulmão. Em julho, por causa de uma crise de hipertensão, ficou hospitalizado e passou por um cateterismo. Em novembro, durante outro período de internação, sofreu um infarto.

G1

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