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‘Vamos eleger o presidente do Brasil’, diz líder de sigla que tenta seduzir Marina

 Adilson Barroso, presidente do PEN, diz que partido é a cara da ex-senadora, que nega aproximação e aposta na aprovação da Rede Sustentabilidade pelo TSE

 

Enquanto aguarda a criação da Rede, Marina Silva pode contar com uma alternativa para 2014: o Partido Ecológico Nacional (PEN). Adilson Barroso, presidente e idealizador do partido criado em junho do ano passado, mantém o convite. Mas se antes oferecia até a presidência do PEN, partido que diz ser “a cara” da Marina, agora, com o prazo apertado para a Rede, a proposta é mais modesta. “Hoje eu acho que a candidatura à Presidência já salvaria meio mundo para ela.”

 

Marina nega a aproximação, diz que não discute plano B e aposta na criação da Rede antes do prazo final para poder disputar a eleição de 2014, que acaba em 5 de outubro. O TSE deve analisar o caso na semana que vem , mas na última terça-feira aprovou a criação de dois partidos: o Solidariedade , do deputado Paulinho da Força, e do Partido da República e Ordem Social (PROS) .

 

Nascido no norte de Minas Gerais, Barroso é um ex-boia-fria que entrou para a vida política como vereador em 1988, em Barrinhas, no interior de São Paulo. Seu último cargo eletivo foi de deputado estadual em São Paulo, até 2009, período no qual assumiu a presidência do nanico PSC. Em 2012, viabilizou a nova sigla, com bandeira da sustentabilidade “como um todo”: no meio ambiente, na saúde, na educação e na segurança.

 

Com dois deputados federais, Barroso aposta que conseguirá eleger 25 em 2014 se tiver Marina ao seu lado. E mesmo sem Marina continua otimista no crescimento da legenda, calculando um crescimento de até 13 eleitos na bancada federal.

 

Caso a ex-ministra do Meio Ambiente não ceda ao assédio Ecológico (ela tem até o dia 5 de outubro para decidir), Barroso cita o senador Magno Malta (PT-GO), com quem diz ter conversas avançadas, mas descarta lançar uma candidatura própria ao Planalto. “Quem sabe a Marina se elege presidente da República e eu viro ministro da Casa Civil?”, arrisca Barroso. “Eu vou eleger o presidente do Brasil. Até colocaria assim pra você, escreve aí: ‘De cortador de cana à Presidência do Brasil’.” Nas pesquisas de intenção de voto, Marina aparece em segundo lugar.

 

iG: Sua trajetória política é em São Paulo, a sede do partido é no interior paulista, por que o senhor acha que o PEN cresceu mais no Nordeste, na Paraíba?

 

Adilson Barroso: Em Barrinhas, nós temos uma sub-sede. Eu moro lá, e como eu trabalho sete dias por semana, se alguém quiser se encontrar comigo nos finais de semana, por exemplo, tem um lugar. Mas é obrigado a ter uma sede em Brasília. Na Paraíba, os deputados se identificaram com a causa da sustentabilidade, eles gostam muito da natureza. Mas em Brasília também somos grandes, temos quatro dos 24 deputados distritais. No Acre, temos sete deputados. Temos três suplentes de senadores, um podendo tomar posse a qualquer momento, é só sair a nomeação do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

 

iG: O senhor convidou a Marina para ir para o PEN?

 

Barroso: Eu creio que hoje, que se a Marina quiser ser candidata, ela tem que vir para o PEN. Aqui ela tem oportunidade porque o partido existe, tem dois deputados federais, três suplentes de senadores e 30 deputados estaduais pelo País. O partido hoje está bem organizado a nível de (sic) Brasil. Em 2014, temos grandes chances de eleger dois governadores, o promotor Moisés no Amapá e o presidente da Assembleia Legislativa na Paraíba, dois vice-governadores, três senadores e de 10 a 15 deputados federais. Isso sem a Marina. Com Marina, de 15 a 25 federais. No Acre, o Tião Viana já nos procurou.

 

Em São Paulo, temos o Felipe Locke Cavalcanti. Ele é pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo. Ele está pré-filiado, já está fechado, por isso eu posso falar. Mas como ele está no Judiciário, só pode se filiar em abril do ano que vem. Já filiei vários policiais federais, vários procuradores e promotores em todo o Brasil.

 

iG: E por que o PEN seria a melhor alternativa à Rede?

 

Barroso: Eu creio que ela sempre pregou uma nova política, o PEN tem isso. Tinha 65 partidos políticos no País quando o Collor inventou o PRN. Ele veio só com uma frase “Caçador de Marajás” e virou presidente da República. Superou todos os outros porque tinha um discurso novo. E é disso que a Marina precisa. O PEN é a cara dela. Se não sair a Rede, (o PEN) é o melhor partido alternativo para ela. O povo tá querendo algo para se segurar, para acreditar, e aqui a gente tem isso.

 

Eu estou conversando não só com a REDE, mas com outros políticos de outros partidos também. Está todo mundo me ligando. Hoje eu filiei um deputado estadual do Mato Grosso do Sul que vai tomar posse como presidente do PEN. Hoje me ligou um deputado estadual do Maranhão, do PV, pedindo pra vir pro PEN.

 

iG: Mas qual é a diferença da bandeira da sustentabilidade do PEN para a Rede e o PV?

 

Barroso: Não tem muita diferença. É como perguntar a diferença do PSDB com o PSB: todos têm ‘social’ no nome. Ou a diferença do PT com o PTB e PT do B, todos têm ‘trabalhista’. Na verdade, o PEN é focado na sustentabilidade como um todo. Sustentabilidade na natureza, na saúde, na educação, na segurança. Não é só a questão ambiental, na segurança, por exemplo, é mudar a lei. A lei patrocina bandidos. Se o bandido mata uma pessoa, se ele tiver quatro filhos, ele recebe R$ 900 por mês. Recebe pra ficar preso, não pode ser assim, tem que mudar, tem que virar sustentável. Sabemos que as faculdades públicas são feitas para os filhos dos milionários que sempre estudaram em escola particular. Na saúde, o governo federal tá trazendo 4 mil médicos de fora, daqui há pouco serão 10 mil médicos estrangeiros aqui no Brasil. O dinheiro que vai pra lá pra fora não volta, não cobram impostos. Se o dinheiro ficasse aqui, íamos ter impostos pelo menos. É uma questão de visão de futuro.

 

iG: O senhor vai passar a presidência do PEN para Marina, caso ela aceite?

 

Barroso: Isso a gente vai rever agora. Eu queria ela no início do mês, para dar uma repercussão nacional. Hoje eu acho que a candidatura à Presidência já salvaria meio mundo para ela.

 

iG: Ela sairia candidata e o senhor ainda preservaria o seu cargo…

 

Barroso: Hoje eu estou em Brasília montando um conselho político para avaliar. Isso é uma questão da diretoria do partido, que não acham mais que vale à pena passar a presidência, mas nós vamos conversar, porque isso aqui não é Cuba, é uma democracia. Apesar de todos terem me dado autonomia e confiarem em mim, nas minhas decisões para liderar o partido.

 

iG: Se a Marina não aceitar a proposta, o senhor tem alternativas já em mente?

 

Barroso: Um que me procurou, se a Marina não vir, poderá ser ele, é o senador Magno Malta. Tem um grupo de comunicação, como se fosse o Google do Brasil, que o diretor já me procurou. O PEN terá um candidato com condições de concorrer e de ganhar. Somos o novo no País, no momento que a revolução está acontecendo. Os jovens estão procurando cada vez mais uma alternativa, em dia de manifestação o Facebook do PEN sobe para 1 milhão de visitantes.

 

iG: E por que o senhor mesmo não concorre à Presidência?

 

Barroso: Não, não, a gente tem que trabalhar e galgar. Vou concorrer a deputado federal no ano que vem. Quem sabe a Marina se elege presidente da Republica e eu viro ministro da Casa Civil? Ou me elejo deputado e viro presidente da Câmara. Eu vou eleger o presidente do Brasil. Era cortador de cana, de uma cidadezinha com 30 mil habitantes, saí de lá, virei deputado estadual, fui presidente de um partido pequeno, que só porque me elegi suplente me tiraram da presidência. Criei um partido, todos duvidavam, perguntavam se eu ia conseguir um deputado, consegui, crescemos e agora temos vários deputados. O PEN vai eleger o presidente do Brasil. Até colocaria assim pra você, escreve aí: “De cortador de cana à Presidência do Brasil”.

 

IG

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