Em depoimento à Justiça Federal no Paraná, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que também havia influência de partidos políticos em outras empresas do governo federal além da petroleira, de acordo com informações publicadas pelo jornal O Globo.
“A cartelização funcionava na Petrobras e fora da Petrobras. Funcionou, por exemplo, na Repar (Refinaria do Paraná). Em Angra dos Reis e nas hidrelétricas do Norte do País”, disse Costa.
O ex-diretor disse que empreiteiras que realizavam obras para a Petrobras pagavam propinas de 3% dos contratos para os partidos da base governista (PT, PP e PMDB). Segundo ele, as empresas temiam, em represália, ficar sem receber contratos em outras obras dos ministérios ou estatais.
“Primeiro, as empresas tinham interesses em outros ministérios, capitaneados pelos partidos políticos. As empresas que atuam na Petrobras são as mesmas que atuam em obras de ferrovias, rodovias, aeroportos, portos, usinas hidrelétricas, de saneamento básico, no Minha Casa Minha Vida. Ou seja, em todos os programas a nível de governo tem partidos políticos interessados”, afirmou Costa.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Costa trabalhou para o senador Lindbergh Farias (PT) nas eleições deste ano para o governo do Estado do Rio de Janeiro. Uma de suas incumbências era pedir doações a empreiteiras em nome do candidato. Por meio de sua assessoria, o petista confirmou que Costa participou de três reuniões de sua campanha, mas somente para colaborar com a elaboração do programa de governa na área de óleo e gás.
Paulo Roberto Costa fez acordo de delação premiada com procuradores da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem de dinheiro. O acordo prevê uma pena menor em troca de informações. O ex-diretor da Petrobras deixou a carceragem da Polícia Federal no último dia 1º e está em prisão domiciliar em sua casa, no Rio de Janeiro.
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