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Sem Bolsonaro, candidatos a Presidência evitam ataques e falam em pacificação do país

O terceiro debate entre os candidatos à Presidência da República aconteceu neste domingo, (9/9), e foi marcado pelo tom pacifista. Esse foi o primeiro encontro dos candidatos após o ataque sofrido por Jair Bolsonaroo (PSL), na quinta-feira (6/7), em Juiz de Fora (MG). Ele ainda está internado na UTI do hospital Albert Einsten e por isso não compareceu à sede da tevê paulista, TV Gazeta.  A outra ausência ficou por conta do Cabo Daciolo (Patriota), que chegou a confirmar presença, mas acabou desistindo horas antes. Participaram Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). 

 

Logo no início do programa, promovido por TV Gazeta, Estadão, Jovem Pan e Twitter, a maioria dos candidatos aproveitou para se solidarizar com Jair Bolsonaro (PSL). Geraldo Alckmin (PSDB) reafirmou solidariedade à família do deputado federal e disse desejar o "pronto restabelecimento" dele. Em dobradinha, Henrique Meirelles (MDB) se colocou contra "qualquer tipo de radicalismo". Alckmin concordou: "é por isso que eu vou trabalhar". Apenas Alvaro Dias (Podemos) e Guilherme Boulos (Psol) não mencionaram Bolsonaro no primeiro bloco.

 

A maior parte do debate foi feito em tom pacifista e evitando ataques. Marina Silva (Rede), preferiu em diversos momentos a tabela com Boulos (PSOL), fugindo de seus adversários diretos Ciro (PDT) e Alckmin (PSDB). O único momento em que os ânimos ficaram mais aflorados foi protagonizado por Meirelles e Boulos. O candidato do PSOL perguntou ao emedebista como ele faria para baixar os juros bancários. “Se a Caixa Econômica e o Banco do Brasil baixarem os juros, os bancos privados têm que seguir, para não perder a clientela”, disse Boulos. “Aqui no Brasil, os nossos governos se tornaram reféns do sistema financeiro.”

 

Meirelles devolveu a pergunta dizendo que o Brasil não se divide em quem gosta ou não de Lula, mas em quem trabalha e quem não trabalha. O candidato do MDB prometeu criar 10 milhões de empregos. “Você tem como slogan Chama o Meirelles. Eu não vou chamar o Meirelles, eu vou taxar o Meirelles”, retrucou Boulos, citando a fortuna de R$ 420 milhões de Meirelles como uma a das fortunas a serem taxadas.

 

País dividido 

 

No bloco seguinte, a jornalista Vera Magalhães levantou o tema da polarização do país e perguntou a Guilherme Boulos se ele considera que a esquerda ajudou a fomentar a polarização no País, com o discurso do "nós contra eles que vigorou desde o governo Lula". 

 

"Temos que diferenciar o que é violência e ódio na política e o que é polarização social. Quando diferença transborda para o ódio, isso é inadmissível. Aliás, essa semana, faz seis meses do assassinato covarde de Marielle (Franco, vereadora pelo PSOL), sem que a gente saiba quem matou e mandou matá-la. Bolsonaro sofreu ataque e repudiamos. Todas as diferenças que tenho com Bolsonaro vamos resolver na política, não na violência. Querer achar o pai da polarização é hipocrisia", respondeu Boulos.

 

O mesmo tema surgiu em outros momentos. Marina Silva repetiu o que disse em outros debates.  "Eu costumo dizer que PT e PSDB são faces da mesma moeda: ambos estão gravemente envolvidos em casos de corrupção. O que diferencia Aécio Neves dos investigados do PT é o fato dele ter foro privilegiado". 

 

Ex-presidente Lula 

 

No terceiro bloco, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, divergiram sobre as decisões judiciais envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado em segunda instância na operação Lava Jato. Ciro defendeu Lula, ao passo que Alckmin o contrariou e argumentou que a prisão em segunda instância é correta. O confronto foi há pouco, durante debate promovido por Estadão/TV Gazeta/Jovem Pan/Twitter, em São Paulo. 

 

Na tréplica, Ciro voltou a criticar o que chama de "4 graus de jurisdição" no Brasil. Em entrevistas recentes, Ciro já disse discordar da prisão em segunda instância, que ele considera ser um erro do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Nas considerações finais, todos os candidatos convergiram no discurso pacifista. Marina Silva relembrou que este é o primeiro após o atentado a Jair Bolsonaro. Ela pregou a tolerância e respeito às ideias dos outros, mesmo quando não há concordância. "Não vamos chegar a lugar nenhum com um país dividido". Alvaro Dias também terminou sua participação no debate falando sobre o combate a violência e a intolerância. Ciro e Geraldo Alckmin comentaram que apenas a  unidade será capaz de fazer o Brasil avançar. "Apenas unidos conseguiremos superar os desafios do Brasil", disse o tucano. "Nem o desânimo, nem a intolerância são bons conselheiros", finalizou o candidato do PDT, Ciro Gomes.

 

Redação 

 


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