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Roberto quer criar museu em Princesa

Roberto quer criar museu em Princesa e diz: “Revolução de 30 começou no sertão da PB”

O senador Roberto Cavalcanti (PRB) defendeu nesta terça-feira 17 no Senado Federal a formação de parceria público-privada para criar um museu sobre a revolta ocorrida em 1930 no município de Princesa Isabel, semiárido paraibano.

O conflito de interesses políticos e econômicos – também conhecido como "Guerra de Princesa" ou "Revolta de Princesa" – representou o choque entre as oligarquias rurais e as elites urbanas em ascensão e foi considerado o ensaio do que viria a ser a Revolução de 1930.

“Se constitui em um acontecimento histórico da maior relevância para a compreensão do processo de transição do Brasil agrário para a era industrial, para o entendimento da Revolução de 1930 e de toda a era Vargas”, reconhece o parlamentar.

Segundo contou o senador no plenário, a crescente investida do então governador da Paraíba, João Pessoa, contra o poder dos coronéis do interior do estado foi o estopim da discórdia. Após anos de intensa animosidade e ameaças de ambas as partes – materializadas na forma de cobrança de impostos e na atuação de milícias particulares – a guerra foi deflagrada em 28 de fevereiro de 1930. Nessa data, a polícia invadiu a Vila do Teixeira e prendeu membros da família Dantas, ligada ao coronel José Pereira.

“O conflito, a partir daí, ganhou contornos cada vez maiores, chegando a ser proclamada por José Pereira a autonomia administrativa da área em relação ao estado da Paraíba. O Território Livre de Princesa tinha bandeira, hino e jornal, cunhando, inclusive, moeda própria com curso forçado no território, para fazer funcionar a sua economia”, relatou.

Cavalcanti assinalou que os revoltosos tinham a aprovação do presidente Washington Luís, adversário de João Pessoa, e um exército bem armado que somava mais de 1,8 mil jagunços e cidadãos leais. Eles lutaram contra a polícia enviada pelo governador. Foram quase cinco meses de combates com muitas mortes e, nesse período, Princesa se tornou uma fortaleza praticamente inexpugnável às forças de João Pessoa.

“Batalhas sangrentas, como a do Casarão dos Patos, entraram para o imaginário popular e foram cantadas em prosa e verso pelos cordéis e divulgadores da história oral, enaltecendo a bravura dos combatentes envolvidos e construindo personagens que marcaram para sempre a história do povo sertanejo. Assim foi com o casal Xanduzinha e Marcolino Diniz, imortalizados na letra genial do rei do baião, Luiz Gonzaga”, observou o senador.

Memória

Cavalcanti disse, porém, que a Paraíba se ressente de espaço arquitetônico destinado à guarda e preservação da memória dos eventos ocorridos em Princesa Isabel – fatos que, segundo o senador, dependem atualmente da “tradição oral e de registros impressos em documentos esparsos espalhados por bibliotecas nos quatro cantos do Brasil”.

“O Museu da Memória da Revolução de Princesa é uma justa reivindicação do povo paraibano, com vistas ao resgate histórico de um dos momentos mais importantes da construção da sua cidadania”, defendeu.

O senador acredita que o museu oferecerá aos paraibanos, e demais brasileiros, “um precioso mosaico de fatos históricos que explicam as transformações sociais e políticas que desaguaram na primeira fase da industrialização do Brasil”.

 

Ascom

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