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Ricardo: obcecado por ampliação

O prefeito Ricardo gosta mesmo de ampliar. Em quatro anos e um mês de mandato, ampliou a folha de pessoal da prefeitura, o número de votos nas eleições, a bancada na Câmara de Vereadores, várias avenidas e etc e tal. Agora, a partir de 2009, se empenha na ampliação de apoios para 2010.
Projeto já colocado em prática há algum tempo. E à luz do dia.


E faz isso porque sabe que é o que mais precisa. Ora, diz a lógica que quem chega atrasado sai mais tarde. E o prefeito, entre todos os pré-candidatos, é o menos estadualizado , o que explica o fato dele se preocupar e, talvez, agir mais do que os outros. Ricardo corre a cem por hora. Enquanto os demais impõem um ritmo de estrada de barro.


A notícia do lançamento do seu nome para o governo do Estado em plena Campina Grande, em encontro nacional do PRP, é mais um sinal das intenções de um prefeito que, em plena campanha para reeleição, deixava João Pessoa todos os finais de semana para fazer política no interior. Dessa vez, o campo é Campina Grande, terra de Veneziano, onde já colocou dezenas de outdoors dizendo que é o melhor prefeito da Paraíba.


Enquanto Veneziano vem a Camboinha para exibir a jovialidade de um político campinense, Ricardo vai a Campina exibir a cara dura de um político que tem pretensões eleitorais bem maiores que o queixo.


Convenhamos: é o que consegue produzir mais fatos sobre 2010 e atrelar seu nome a uma disputa que bate à porta dos paraibanos. Primeiro porque tem uma fábrica particular de “criação de fatos”. Se não bastasse isso, ainda é favorecido pelos próprios aliados dos grupos concorrentes, em especial o PSDB, que tratam de colocar Ricardo na mídia o tempo todo, como fez novamente Ronaldo Cunha Lima. Seja especulando aliança do prefeito com o governador, seja silenciando sobre seus eventuais deslizes.


Basta abrir um portal, jornal ou ouvir um programa de rádio que sempre se encontra alguém falando na aliança de Cássio e Ricardo para 2010.
Soma-se a isso o fato de Ricardo conter, Deus sabe lá de que forma, às garras da mídia sobre sua gestão. Ele tem conceito de “bom pagador” e, portanto, é quase uma Unimed-JP ou um Manaíra Shopping, de quem ninguém fala mal, apesar dos defeitos, porque pagam um jabazinho.


Convenhamos: do ponto de vista de avaliação, a gestão de Ricardo é superfaturada. Mas, com o quintal arrumado, Ricardo pode ir pra rua sem se preocupar com os vizinhos. Já passou da hora de acender a luz vermelha na cabeça dos concorrentes de Ricardo para 2010. Nos declarados e nos velados. Veneziano não conseguiu a mesma competência com a imprensa de Campina. Vez por outra tem que se defender, ou se esconder, para evitar questões espinhosas, como demissão de servidores, pra ficar na mais recente.


Maranhão só poderá agir se assumir o governo do Estado. Caso contrário, vai ser apenas muleta para o prefeito da Capital. Os senadores Cícero Lucena e Efraim Morais são os que mais devem conter o avanço de Ricardo. Primeiro porque podem fazer isso abertamente, diferente de Veneziano e Maranhão que são obrigados, por força das conveniências políticas, esconder o ódio ao prefeito de João Pessoa.


Ricardo vem correndo onde é fraco: na formação de uma base política no Estado. E vai pavimentando essa avenida de forma bem mais ágil com que ampliou a Dom Pedro II, que tomou mais de dois anos de trabalho. Alguém pode dizer que é pouco. Não vai dar tempo. Mas é preciso levar em conta que o apelo de qualquer prefeito da Capital é forte, especialmente se conseguir sair sem arranhões de João Pessoa.


Não se enganem, Ricardo trabalha para ter um slogan nos moldes “o melhor prefeito de João Pessoa, quer ser o melhor governador para Paraíba”. Do ponto de vista de marketing, é um bom apelo. Claro que, além disso, o prefeito vai precisar de “formiguinhas” e “tubarões” fazendo o trabalho em todo o Estado.

Essa parte, me parece, ele já vem fazendo há tempos.



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