Essa viagem de Cássio ao exterior, em plena indefinição do quadro político-eleitoral, só causou celeuma na base porque o ex-governador representa o papel de único condutor do grupo. Eis onde está o erro. Cássio é o único condutor quando deveria ser, apenas, o principal.
Dentro da base de Cássio, que hoje não tem mandato, se vislumbra a presença de dois senadores da República e um deles, Cícero Lucena, presidente do PSDB paraibano, legenda do ex-governador.
Ambos deveriam ter, em tese, a responsabilidade de substituir Cássio em momentos de ausência. Inclusive, neste de agora. Não que fosse a mesma coisa, já que neste processo Cássio é o professor da turma: quando ele falta, todos sentem.
Mas não seria nada demais Cícero e Efraim, especialmente o senador tucano, tomarem para si a responsabilidade de fazer um debate crítico em relação ao governo Maranhão III, desmachando o projeto de reeleição do atual governador e, quem sabe, segurando a base com as unhas.
Neste ponto, Cícero poderia, inclusive referenciado por Cássio, dar o tom de oposição ao governo Maranhão. E por que não faz? Essa é uma pergunta que precisa ser respondida.
Não pode ser apenas por entender que essa legitimidade é uma prerrogativa exclusiva de Cássio. Não faz, certamente, porque Cícero responde à altura a omissão do ex-governador quanto ao governo Ricardo Coutinho.
É uma espécie de permuta: você não bate no meu inimigo, então eu não bato no seu.
Os sinais já foram dados com o deputado João Gonçalves e outros ciceristas. Cícero não representa o papel de adversário direto de Maranhão porque de fato não o é.
Pessoalmente, a viagem de Cássio é totalmente cabível. Coletivamente, é inadequada. Mas isso não pode servir como desculpa para acentuar uma injustificável e excessiva dependência que a base atribui ao ex-governador.
No final das contas, ele é o único sem mandato neste processo.
Soltas no ar
Leves diferenças – A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) demorou menos de trinta minutos para dar parecer sobre processo de cassação de Cássio no TSE. A mesma PGE já está há onze dias com o recurso contra expedição do diploma do governador Maranhão sem se manifestar.
mais um – O ex-deputado Walter Brito, do PR, está pavimentando projeto de disputar vaga na Câmara Federal. Entre tantos, ele é um dos que defendem a aliança Cássio e Ricardo Coutinho.
De olho nos sonegadores – A Receita Estadual e o Ministério Público se reúnem na próxima semana para fechar plano de fiscalização de contribuintes inadimplentes no Estado. A multa para sonegação é pesada. Coisa para 200% em cima do imposto sonegado.