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Política paraibana é aclamada, enquanto Suplicy é vaiado

Política paraibana é aclamada, enquanto Eduardo Suplicy é recebido com vaias ensurdecedoras

O manifesto organizado pelo PT com intelectuais e juristas na noite de terça-feira (19) que lotou o teatro Tuca – da Pontifícia Universidade Católica -, na zona oeste da capital paulista, teve a deputada federal Luiza Erundina (PSB) ovacionada e uma surpreendente vaia para o senador Eduardo Suplicy, que, no seu melhor estilo, revelou ter votado em José Serra para presidente da União Estadual dos Estudantes (UNE) em 1963.

Ao ser anunciada no evento, Erundina foi aplaudida de pé por mais de um minuto, o que voltou a ocorrer após o seu discurso. Na saída, desconversou. "É gente da casa. Fui professora aqui", disse a ex-prefeita paulista. Durante a sua fala, ela jogou para a "torcida".

"Esta é uma reunião que envolve professores, democratas, jovens. Apoiamos uma candidatura ligada à democracia dos dias atuais, dos direitos humanos, sociais e civis, além de mulheres e negros. Por isso, votamos em Dilma".

Pouco depois, Suplicy experimentou três momentos distintos. Ele foi aplaudido na entrada e na saída do palco, mas levou uma vaia no meio. Tudo porque admitiu ter votado em José Serra, então candidato a presidente da UNE, há quase 50 anos.

"Vivemos momentos de luta no passado. Inclusive, votei no Serra para presidente da UNE em 1963". Nem bem terminou a frase e começou a vaia. Mas ele prosseguiu. "O acompanhei, como colega de Senado, em batalhas na democratização do País". Fez-se silêncio…

Em seguida, Suplicy se redimiu com a platéia petista. "Tenho até uma pergunta para a Dilma fazer a ele nos próximos debates: ‘porque você acha que toda a direção da UNE, em uma assembleia, segundo o Augusto (presidente da entidade) relatou, disse que querem votar em mim e não em você’?". O senador aproveitou o momento propício para deixar o palco sob aplausos. O senador Aloizio Mercadante (PT) completou. "Candidatura não é uma lembrança pálida do que alguém fez durante a juventude".

O ex-tucano Gabriel Chalita, agora no PSB, também teve o seu tempo no púlpito. Lá, citou o educador Paulo Freire para elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Paulo Freire sempre dizia que ninguém é melhor do que ninguém. E Lula fez a maior gestão da história desse País porque nunca se colocou acima de ninguém", disse ele, em frente à viúva do educador, Anita Freire. Na plateia, alguém resmungou: "ê cristão novo do c…"

Anita também foi ouvida por um público atento. "Quero dizer que Paulo Freire está conosco, está com o Brasil, a Justiça e a democracia. Até o último minuto ele não tinha ido para o outro lado do rio, ao contário de muitos, que ao menor aceno neoliberal passavam para o outro lado. Se ele estivesse aqui, aos 89 anos, diria: ‘Dilma, você é nossa presidente’.

O padre Júlio Lancelotti foi incisivo em sua fala contra os episódios envolvendo o tema do aborto na campanha. "A igreja não tem tutela da consciência do povo, que deve ter liberdade de consciência". Depois ao se referir ao mandato de Serra na Prefeitura de São Paulo (2005-06), disse ele é o pai do "higienismo" em São Paulo. "Mandava jogar água no povo da rua".

Mais adiante, Frei Betto disse que aborto e religião não deveriam ser temas prioritários da campanha. "Lei de aborto não impede aborto. O que impede aborto é política social e de distribuição de renda".

A senadora eleita Marta Suplicy (PT) se disse irritada com a postura de Serra no último debate. "Ele (Serra) teve uma atitude de paternalismo machista, tentando desqualificar Dilma como pessoa. É uma técnica muito feia, de quem, quando não tem argumento, desqualifica a candidata e o partido".
 

 

 

Terra

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