A vitória dupla do deputado estadual Adriano Galdino (PSB) para presidir a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) durante quatro anos continua repercutindo nos bastidores da política estadual. Genival Matias e Tião Gomes, ambos do Avante, e Nabor Wanderley (PRB), estão sendo chamados de os “três mosqueteiros” grandes responsáveis pelo resultado da eleição nessa sexta-feira (1).
Na literatura, os mosqueteiros se chamavam Athos, Porto e Aramis. A missão deles era sempre proteger o rei e o estado contra as maldades. Na vida real, os três deputados tidos como grandes articulares conseguiram dar a Galdino o poder de comandar a ALPB até 2022.
O representante de Patos, Nabor Wanderley, é um fiel companheiro de Adriano Galdino de longas datas. Nabor já foi secretário da última gestão de Galdino e volta a participar da mesa durante os quatro anos.
O PRB, partido de Nabor, esteve sempre ao lado de Adriano e também do governador João Azevêdo. Nabor é um grande articulador e, discreto, mostrou lealdade a Galdino, mesmo se mantendo neutro nos lançamentos das chapas.
Genival Matias, amigo pessoal e homem de confiança de Adriano Galdino, usou toda sua habilidade como articulador político e apaziguador das divergências dentro e fora da Assembleia, para convencer os deputados que Galdino era o parlamentar certo para voltar a comandar a Casa de Epitácio Pessoa.
Adriano já presidiu a ALPB e sua gestão foi marcada pelo respeito aos deputados e aos funcionários. Os parlamentares que participaram da gestão de Galdino foram unânimes em votar nele para presidente e Genival Matias como vice. A chapa foi eleita pelos 36 deputados para o 1º biênio ( 2019-2021).
Tião Gomes, conhecido como o ‘Furacão’, movimentou a eleição da Mesa Diretora. Até então, a sua candidatura era certa, mas nos últimos instantes, fez um discurso inflamado onde mostrou toda a sua habilidade e provou que os seus quase 30 anos na Casa de Epitácio Pessoa, como um dos deputados mais queridos, foram marcados pela coerência, transparência e lealdade. Em 2015, Tião foi protagonista de uma confusão durante a eleição da ALPB onde danificou a urna para que a votação não fosse eletrônica. Após isso, e eleição foi manual e Adriano Galdino consagrado presidente, com o apoio dele, Nabor e de Genival.
No final do seu emotivo discurso, que durou mais de 15 minutos, ele abriu mão de concorrer após uma conversa com Genival, Nabor e Galdino, mas lançou o nome de Adriano para bater de frente com Hervázio Bezerra, que tinha o apoio da bancada de situação e do governador João Azevêdo.
Adriano aceitou o desafio de Tião, disse que a fala do parlamentar o tocou e o fez aceitar o convite de encabeçar a nova chapa. Foram dados 20 minutos para os deputados articularem e começou um corre-corre no plenário em busca de votos. Conclusão: Adriano Galdino foi reeleito com 23 votos e derrotou Hervázio, que obteve 13. Ele ficará comandando a ALPB pelos próximos quatro anos.
A derrota de Hervázio pode estar diretamente ligada a escolha feita por ele para compor sua chapa. O PSB seria o mais prestigiado deixando de lado os partidos aliados, que contribuíram para a vitória de João Azevêdo. Essa exclusão provocou uma insatisfação na base aliada. Enquanto Adriano Galdino conversou com todos os partidos e fez uma chapa contemplando a maioria das siglas, dando a cada um partido um local de destaque na sua mesa. Galdino garantiu que continua aliado do Governo, mas não será submisso.
Vale saliantar que o Avante chega com força nessa legislatura já que terá dois vice-presidentes: Genival Matias e Tião Gomes, para os 1º e 2º biênios, respectivamente.
Redação
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