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Opinião: três suplentes, dois ‘sortudos’; mesma pretensão, mas não a mesma sorte entre os que miram o tapete azul

A posse de dois suplentes no Senado Federal em uma única semana, com o gesto de desprendimento dos novatos Veneziano Vital do Rêgo (PSB), que abriu vaga para o empresário Ney Suassuna (Republicanos), e Daniella Ribeiro (PP), que contemplou seu colega de chapa Diego Tavares (PP), com um mandato pelos próximos quatro meses, traz à tona a falta de sorte da primeira suplente do senador José Maranhão (MDB), a ex-deputada Nilda Gondim, que até hoje não teve o gostinho de pisar no tapete azul.

Desde 2015 no posto, Nilda nunca sequer pôde nutrir a expectativa de assumir a vaga no Senado Federal. Mesmo diante da idade avançada, o titular Zé Maranhão, desde que foi empossado no mandato, nunca se afastou do cargo, seja para algum eventual tratamento de saúde ou mesmo para se dedicar às campanhas eleitorais em que o MDB aparece como protagonista. Em 2018, por exemplo, Maranhão chegou a disputar o Governo do Estado e, nem assim, se afastou do mandato.

Nilda Gondim só teve o gostinho de provar da titularidade em 2010, quando chegou a ser eleita com 79.412 votos, tornando-se a única representante feminina da Paraíba naquela legislatura da Câmara Federal. Apesar de ser sua primeira vez na disputa, ela tinha o recall do filho Vital, eleito senador, e do marido, já falecido, Antônio Vital do Rêgo, que teve atuação marcante, igualmente, nas lides forenses. Filha do ex-governador Pedro Gondim, um dos mais carismáticos líderes políticos da Paraíba, a então deputada destacou o exemplo que tinha em casa. “Aprendi com ele que política se exerce com ética, respeito ao povo e vocação em servir”, afirmou na página que mantinha na internet quando exercia mandato.

O apego de José Maranhão aos cargos que ocupa não é segredo para ninguém. Quando o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) teve o mandato cassado em 2009 e a justiça eleitoral convocou o segundo colocado – no caso o emedebista – para tomar posse, Maranhão só assinou a renúncia do mandato no Senado para assumir o Governo da Paraíba já tarde da noite, quando não havia mais possibilidade de recursos.

Nem mesmo uma articulação para que Nilda assumisse alguma Secretaria no Governo para contemplar o segundo suplente e amigo fiel,Roosevelt Vita (in memoriam), Maranhão fez.

Nildinha, como também é conhecida, só virá a assumir a vaga por motivos de força maior. Aliás, o próprio Zé Maranhão, durante convenção do PCdoB/MDB em Campina Grande, no último dia 15 deixou claro que não tem intenção nem de se afastar do mandato, tampouco de pendurar as chuteiras da política.

“A minha aposentadoria vai ser dentro daquele envelope que todos nós um dia vamos seguir. Não deixo a política. Enquanto houver entusiasmo, coragem, vontade de mudar as coisas para melhor, eu estarei lutando sempre por causas justas”, avisou.

ENQUANTO ISSO…

Os sortudos Ney Suassuna e Diego Tavares vão aproveitar para legislar nos próximos quatro meses e quiçá, fazer história nesse período, credenciando seus nomes para disputar vindouras. Afinal, tudo que uma oportunidade precisa é alguém para aproveitá-la. Nesse quesito, Nilda segue escanteada.

PROJEÇÃO

Diego Tavares já avisou que estará focado nesses quatro meses que estará representando o povo da Paraíba. “Eu sempre entreguei meu futuro a Deus. Às vezes se fecha uma porta e ele abre outra e assim vai ser. Estou para contribuir e somar. Se convocado missões vou, se não for, tenho meu lado empresarial, estou para crescer. Aprendi nesse momento público é de que para o melhor crescimento é que todos cresçam. Fazer pelo estado é uma oportunidade que me dá para crescer, inclusive eu”, ressaltou.

ARTICULAÇÕES

Já Ney Suassuna vai direto ao foco. Ressalta que as duas prioridades da Paraíba são recursos e desenvolvimento. Deixa claro que é Bolsonarista de carteirinha, já fazendo a política da boa vizinhança com o governo federal; e avisando que vai buscar conversar e ouvir o governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania) para entender quais são as prioridades.

A LEBRE E A TARTARUGA

Apesar de a campanha eleitoral em João Pessoa ter, até agora, treze candidaturas próprias, menos da metade dos nomes têm conseguido se manter no foco dos debates e criar fatos políticos para continuarem em evidência. Alguns correm tal qual lebre, outros rastejam como tartarugas. Se no final vencerá a sensatez, isso só as urnas poderão dizer.

EM ALTA

Enquanto em João Pessoa os debates andam acalorados, com troca de ataques que beiram o baixo nível, a disputa pela prefeitura de Campina Grande está aquém desse viés. Por enquanto, não há noticiário sobre embates acalorados na cidade. Lá, os candidatos iniciaram a disputa mais focados nas propostas que nos ataques.

REFORÇO

Tanto é que os dois senadores da cidade (Veneziano e Daniella Ribeiro) deram uma pausa na atuação parlamentar em Brasília para se dedicarem integralmente ao pleito na Rainha da Borborema. Ana Cláudia, com o apoio do marido; Lucas Ribeiro com o apoio da mãe. Já Inácio Falcão (PCdoB) tem o apoio de Maranhão, mas não de corpo presente.

EM BAIXA

As aglomerações registradas em várias cidades da Paraíba têm preocupado as autoridades de saúde em todo Estado. Muitos agem como se a pandemia não mais existisse. Se antes os políticos saiam abraçando a população e chegavam em casa tomavam banho de álcool às escondidas, hoje, por conta do coronavírus, a cada abraço é derramado um litro do produto, sem cerimônia alguma, sob a alegação de que é para evitar o contágio do coronavírus

Márcia Dias
PB Agora

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