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Opinião: Mandetta também não era flor que se cheirasse. Mas nada que não possa piorar…

Convenhamos: o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defenestrado do cargo, na última quinta-feira (16), pelo presidente Jair Messias Bolsonaro, também não era essas maravilhas; não era flor que se cheirasse.

No campo da saúde, chegou ao Ministério com a disposição de seguir à risca a cartilha neoliberal, que nada tem a ver com o serviço público de saúde. Interessa muito mais ao setor privado, aos planos de saúde, etc. e tal.

Não há nada digno nem de nota de rodapé, na passagem do ex-ministro por um dos ministérios mais importantes que é o da saúde. A não ser, é claro, o fato de haver desafiado o seu superior e presidente da República, Jair Bolsonaro, não cumprindo a determinação de verticalizar ou simplesmente flexibilizar o isolamento social, como medida imperiosa para achatar a onda crescente do coronavírus no país.

Luiz Herinque Mandetta não fez nada mais nada menos do que qualquer médico que, estando no Ministério da Saúde e com o mínimo de responsabilidade com o setor, faria. Afinal, ir na contramão do isolamento social é apostar numa política pública de saúde homicida. Basta ver os exemplos verificados na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Espanha e, sobretudo, na Itália.

Nestes países de primeiro mundo, que têm os melhores e mais eficientes sistemas de saúde do planeta, optou-se pelo equivocado discurso de que a economia não pode parar, e deu no que deu.

Habemus pior

No Brasil de hoje continua prevalecendo aquela história de que nada é tão ruim que não possa piorar. Para substituir Mandetta, que já não era grande coisa, o presidente Bolsonaro escolheu o tal Nelson Teich, que, pelo visto, também não é peça muito boa.

O tipo de gente que é o novo ministro da saúde ficou muito claro, a partir de um vídeo que viralizou na rede mundial de computadores, em que o tal cidadão questiona em quem a verba pública deveria ser investida: “Em um jovem paciente em estado de saúde de suma gravidade, ou numa pessoa idosa com o mesmo problema?”

Se estivesse eu numa coletiva de imprensa com este cidadão, fatalmente dispararia a seguinte pergunta: Ministro, e se a pessoa idosa em questão fosse a ilustríssima senhora sua mãe, em quem o senhor investiria a grana pública?

Para sair dessa, eu já posso imaginar a única resposta possível do ministro da saúde: investiria o dinheiro público, meu caro, no paciente jovem. Tanto pelas razões que já expliquei no vídeo, como pelo fato de que a minha querida mamãe, em se tratando de uma pessoa de boas condições financeiras, jamais poria os pés no hospital público.

 

Wellington Farias

PB Agora

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