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Opinião: exército, Bolsonaro e a elegibilidade de Lula

Então vou fazer uma observação rasa, mas, suponho, de grande eficácia. E aqui busco o sentido metafórico: para um louco, camisa de força é o melhor “remédio”. E antes que o leitor ponha em sua mente uma percepção maléfica sobre a minha pessoa, explico: participei da luta antimanicomial no Brasil, ativamente, na década de 90. Naqueles idos já era detectado que aqueles métodos satânicos não melhoravam, em nada, a vida de seres humanos que, por razões patológicas, sofriam, e milhões ainda sofrem, com os transtornos mentais.

Dito tal fato, sem aprofundar no assunto, vou para a política e digo: o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) deve estar com tal vestimenta. E claro! A indumentária desumana foi vestida ou começa a ser posta por seus próprios aliados, após a decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), anular na segunda-feira (08) todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Justiça Federal do Paraná no âmbito da Operação Lava Jato.

Evidente: foi uma decisão monocrática que ainda será avaliada pelo plenário do Supremo. Mas o despacho de Fachin deve ser levada em consideração, e muito. Lula agora retorna a ser elegível. E o mais interessante em toda essa tragédia que nada se parece com a grega clássica. Bolsonaro e seus apoiadores cegos de humanidade buscam não entender que o Brasil entrou em colapso econômico e sanitário por uma epidemia que todos eles negaram e negam. E aqui falo do “novo”, que já não é mais. O propalado coronavírus.

Interessante notar o revés que o presidente sofreu após chamar ou classificar a enfermidade de “mimimi” e dizer na manhã de segunda-feira, para seus apoiadores, que não decretará um “lockdown nacional” para conter o alastramento da pandemia da Covid-19.

No Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo criticou as medidas de isolamento social decretadas por governadores nos Estados e municípios. “Eu poderia decretar lockdown, mas não vou. O meu Exército não vai para a rua obrigar o povo a ficar em casa. Eu quero paz, tranquilidade, respeito às instituições, mas algumas delas estão se excedendo”, disse em frente à residência oficial, em Brasília.

E o que corre na chamada “boca miúda”, caso a decisão de Fachin seja aceita por seus colegas, Bolsonaro não precisará do Exército para se manter no poder. Precisa, sim, de boas doses de ansiolíticos e calmantes para degustar uma boa “lula” que ameaça retirá-lo do poder. Mas fora da esfera jurídica; faz-se necessário os partidos de esquerda utilizarem uma eficaz equação matemática. Do contrário, a camisa de força da repressão parida pela extrema-direita voltará, e com mais força.

 

 

 

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