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Opinião: Damião senta no banco de reserva sem deixar de observar jogo eleitoral e as consequências pós 2020

O deputado federal Damião Feliciano (PDT) reapareceu na cena política após agir e articular a eleição indireta na cidade de Bayeux, que elegeu a vereadora Luciene de Fofinho (PDT) prefeita até 31 de dezembro de 2020 e, logo depois, novamente, voltou a uma espécie de anonimato.

Mas, engana-se quem pensa que o coração do doutor deixou de bombear política. No campo de futebol das eleições municipais de 2020, o parlamentar está no banco de reserva observando o jogo político. Não porque está escanteado, mas sim para acompanhar as jogadas dos adversários e até mesmo dos aliados na corrida eleitoral que se avizinha, sobretudo em João Pessoa, onde tem a filha candidata a vice-prefeita.

O parlamentar sabe que o resultado do pleito é que dará o termômetro para a próxima eleição estadual. Por enquanto tem evitado debates acalorados, ataques a adversários, ou entrevistas polêmicas. Damião segue a máxima do slogan que o fez conhecido na política – de coração para coração – ao lado da vice governadora, sua esposa, conhecida no meio radiofônico como amiga Lígia.

Essa semana, por exemplo, a reportagem do PB Agora esteve frente a frente com o parlamentar, tentou conseguir alguma declaração polêmica, seja sobre o áudio vazado do prefeito Luciano Cartaxo, em que tacha o parlamentar de ‘bicho enrolão’, seja sobre o sentimento de distanciamento do governo João Azevêdo (Cidadania) e até sobre a possibilidade de um possível realinhamento com o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). Damião apenas disse que não iria falar sobre tais assuntos.

Para não ficarmos sem nenhuma novidade, a reportagem insistiu e Damião acabou falando sobre a projeção do PDT para as eleições municipais desse ano, na Paraíba. Ele se limitou a dizer que o partido está forte e bem posicionado para o pleito que se avizinha não apenas na Capital, mas em diversas cidades do interior do Estado.

“Essa é a época que o partido está mais bem posicionado do ponto de vista estratégico e político, inclusive com a capilaridade no Estado inteiro. Nós temos a vice-prefeita da Capital, numa chapa competitiva, estamos apoiando a candidata em Campina Grande, temos a prefeita de Bayeux, temos pré-candidaturas a prefeito em Cabedelo, Guarabira, Pedras de Fogo, enfim, temos um leque de candidatos a prefeito muito grande e estamos trabalhando para fazermos o maior número de prefeitos. Temos mais de 20 candidatos e também vice-prefeito e vereadores, que sabemos que é uma quantidade muito grande. O PDT hoje tem um time muito bom”, ressaltou.

No final, o que deu a entender é que qualquer movimento tanto de Damião quanto da vice-governadora Lígia, seja no âmbito estadual, seja nas articulações municipais, a partir de agora dependerá unicamente do resultado destas eleições.

Nessa partida, Damião arrisca as jogadas, mas não o destino. Sabe bem de onde veio e aonde pode chegar.

ADESÕES

Aos poucos o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), vai vencendo a queda de braço com a executiva do PT em João Pessoa. Após o Ministério Público Eleitoral opinar pela impugnação do registro de candidatura do deputado estadual Anísio Maia (PT) e de seu vice, Percival Henriques (PCdoB), o socialista já começa a ganhar a simpatia de militantes históricos.

Além do presidente Jackson Macêdo, presidente estadual do PT, que deixou claro que está do lado das recomendações da executiva nacional, agora foi a vez do ex-deputado estadual Rodrigo Soares também avalizar essa união, ressaltando que PSB e PT são aliados históricos e devem seguir assim.

“Ricardo sempre teve uma posição de defesa da democracia sobretudo no tocante ao golpe contra a presidente Dilma e perseguição ao presidente Lula. Chegou inclusive, quando governador, a citar nominalmente Lula quando Temer veio inaugurar a transposição do São Francisco. Em seguida os paraibanos fizeram uma grande inauguração popular em Monteiro”, ressaltou Soares ao explicar o apoio pelo nome de Ricardo.

LAÇOS DE FAMÍLIA

Depois de Campina Grande, em 2016 que elegeu os irmãos Joia e Saulo Germano vereadores, agora é João Pessoa, Capital da Paraíba, que terá dois filhos da mesma mãe candidatos a vereador na corrida eleitoral desse ano. Trata-se do vereador Bosquinho e de sua irmã Simone Lima. Enquanto o parlamentar vai para a reeleição pelo PV, ala mais ligada à esquerda, a irmã, novata no páreo, disputará o cargo pelo Patriota, que marcha ao lado da direita conservadora. Ao explicar o porquê de entrar na disputa e disputar voto a voto com o irmão, Simone apenas respondeu: “O sol nasce para todos”.

VOO SOLO

Sem poder se consolidar como vice na chapa do deputado Anísio Maia (PT), na disputa pela prefeitura de João Pessoa, diante da impugnação pedida pelo Ministério Público Eleitoral,  Percival Henriques, do PCdoB, sinaliza para disputa em voo solo. A correligionários ele tem dito que deve consolidar seu nome como cabeça de chapa e buscará outro filiado da sigla como companheiro, em uma chapa puro sangue na corrida que se avizinha, totalizando assim 14 prefeitáveis no páreo. Resta saber se dessa vez Gregória Benário, presidente da sigla na Paraíba, se pronuncia sobre a eleição?

E NO FINAL

‘Sem querer querendo’, a briga da esquerda só beneficia o centro e a direita em João Pessoa. Enquanto PSB, PT e PCdoB brigam entre si, e minam os planos de unir forças para alcançar o segundo turno, os demais candidatos vão ocupando as raias restantes da corrida eleitoral, se beneficiando com a desgraça alheia.

 

Márcia Dias
PB Agora

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