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Opinião: ao descartar Ruy e Eduardo Carneiro, Cartaxo mostra apego pelo poder e busca eleger um subordinado

O poeta ateniense Arturo Graf certa vez escreveu: “Com grande frequência, a política consiste na arte de trair interesses reais e legítimos e de criar outros, imaginários e injustos.”. O pensamento pode ser aplicado à “lógica” adotada pelo prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), quando busca inserir na mente dos que habitam na Capital o “interesse” de continuar seu projeto administrativo, pondo uma “prata da casa” para disputar as eleições, dispensando aliados de primeira hora, como o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB).

E assim Cartaxo cria, realmente, interesses próprios, imaginários e injustos na busca ególatra de manter-se no poder, algo pouco aconselhável numa democracia, pois a substituição de pensamentos é salutar para as transformações sociais. O prefeito peca ao informar que buscará no partido o qual é filiado um nome para chamar de seu. Alguém da sua estrita confiança, dando preferência a um dos seus secretários em detrimento aos aliados que ajudaram o chefe do Executivo a dar sustentação política e administrativa nas suas duas gestões.

Sobre Ruy Carneiro, disse Cartaxo em entrevista à imprensa: “Enquanto parceiro, ajudando a gestão municipal, é uma coisa, mas enquanto pré-candidato é outra coisa completamente diferente. Temos um respeito pelos partidos aliados, aqueles que quiserem lançar as suas pré-candidaturas, não sou eu que vou intervir em outro partido. A nossa discussão é em outro patamar. Queremos estabelecer algo mais consistente para cidade de João Pessoa do que sair pedindo voto. Queremos um programa de governo que está dando certo na cidade”.

De fato é nítido o apego de Luciano Cartaxo pelo poder, pois ele mesmo sabe que nos quadros do PV não existe um nome de grande “densidade eleitoral”, contrariando a boa lógica de apoiar um aliado que possa dar sequência ao seu trabalho e ajustar os erros cometidos por sua gestão. E no caso em pauta Ruy Carneiro dispõem de uma estrutura partidária forte, foi bem votado em João Pessoa nas eleições de 2018 e já exerce cargos eletivos há décadas. Em resumo: é um político experiente e flexível para novas ideias. Mas o “Verde” não entende assim. Aliás, não quer entender.

O mesmo acontece com o deputado estadual Eduardo Carneiro (PRTB), aliado do alcaide de João Pessoa, mas que não conseguiu espaço na “Bastilha” chamada Cartaxo. Fortaleza essa que pode ser tomada pela oposição ou por aqueles que ainda estão ao lado do atual prefeito, mas já se lançaram como pré-candidatos nas suas respectivas agremiações partidárias.

Ruy e Eduardo Carneiro têm razão. Postulações em andamento, não cometerão o erro do ex-deputado federal e atual vice-prefeito da Capital, Manoel Júnior (Solidariedade), antes parlamentar de expressão nacional, hoje no mais completo ostracismo. Pode-se dizer, inclusive, traído pelas aspirações narcisistas de Luciano Cartaxo. O que é lamentável.

Eliabe Castor
PB Agora

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