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Olho biônico

    O melhor do Executivo é a caneta na mão. E é natural que, ao assumir o governo estadual, o vencedor da eleição (ou o biônico, no caso de José Maranhão) queira nomear para os diversos cargos disponíveis pessoas de sua mais alta confiança – ou da confiança dos amigos que o elegeram.

    O problema é que alguns governantes pensam que não há limites para as canetadas – tanto para as nomeações como para as demissões. O ex-governador Cássio Cunha Lima deixou que alguns de seus mais ardorosos críticos figurassem na lista de pagamentos do Estado. Desastre total. Nem foi elogiado pelo sujeito que continuou ganhando seu bônus salarial, nem pelos aliados, que o criticaram justamente pela “criação de cobras”.

    O jeitão Maranhão de administrar é outro – passa a régua em tudo e só depois ele vê quem fica e com que salário. Não entro no mérito se esse estilo é certo ou errado. O errado, a meu ver, é tirar técnicos capacitados e substitui-los por outros menos gabaritados; ou nomear a torto e a direito, inclusive pessoas não recomendadas pela Justiça, para depois ter que desfazer o “engano”, o “acidente” o “golpe-que-queriam-dar-no-governo”. Ou, ao contrário, nomear figuras ligadas ao mundo jurídico que, direta ou indiretamente, contribuíram para o governo biônico, que pensávamos ser um expediente enterrado com a ditadura militar.

    O PBAgora traz uma relação extensa de nomeações feitas por Maranhão. Por alguns sobrenomes, dá pra se observar as gratidões excessivas do governador biônico, as suas excentricidades, o desapego pelo bom senso, os exageros, assim como também as naturais nomeações de quem assume um governo e quer premiar quem lhe ajudou a chegar lá. É preciso equilíbrio acima de tudo. E selecionar melhor seus apadrinhados, para acabar com esse nomeia-desnomeia que o caracteriza como folclórico.

    Se assinou a nomeação ou demissão, é preciso saber direitinho por que está fazendo isso, quem é o felizardo ou o excluído, puxar sua folha corrida, justificar o ato pra depois não ter que justificar as trapalhadas.

    Segundo este portal, foram 3.453 nomeações até a última quarta-feira. E não vai parar por aí. Por isso mesmo, não custa a população ficar de olho.

    Se bem que, em alguns casos, é preciso olho “biônico”.
 


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