Democratas atacam Lula, que chamam de “fiador da ditadura cubana”
A decisão do governo cubano de libertar 52 presos políticos em quatro meses, e permitir a sua extradição para a Espanha, deu aos Democratas motivo para atacar o presidente Lula que, segundo nota oficial divulgada nesta sexta pelo partido, seria o “fiador da ditadura cubana”.
A libertação dos presos políticos cubanos foi intermediada por religiosos e ocorreu durante visita do chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, à ilha. Em 2003, no episódio que ficou conhecido como “Primavera Negra”, o regime castrista prendeu 75 pessoas, por “conspirarem contra a revolução”. Os presos que serão libertados pertencem aos remanescentes deste grupo. Ao todo, o número de detidos seria de 167.
Para os democratas, Lula “assombrou o mundo” com a maneira como tratou a questão: “comparou os presos políticos aos que lutam por liberdade a bandidos”, afirma a nota do partido, que também critica o presidente por “confraternizar-se” com ditadores ao redor do mundo.
O governo brasileiro não deu resposta ao ataque do DEM. Da África, onde acompanha o presidente Lula, referiu-se apenas ao episódio da libertação dos presos políticos. Disse que o Brasil teve uma “atuação discreta”, mas não deixou claro como ela se deu. O assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia, foi mais longe. Desdenhou discretamente da atuação dos espanhóis no acordo, alegando que eles “pegaram carona na negociação” e apenas “chutaram a bola para dentro do gol”.
Ao longo desta sexta-feira, no entanto, era grande a angústia de familiares dos primeiros cinco presos a serem soltos, já que a promessa de libertação ainda não havia se concretizado.
Blog de Christina Lemos