O presidente da CPI da Petrobrás, Hugo Mota (PMDB/PB), admitiu, em entrevista nesta quarta-feira (12), que contratou a empresa KMC Locadora, registrada na cidade de Itapetim- PE, que por sua vez é considerada como sendo fantasma em uma ação do Ministério Público Pernambucano.
O parlamentar, no entanto, desconhece a irregularidade empresarial, já que o serviço existiu e foi prestado, como comprova as notas fiscais apresentadas por ele às autoridades competentes.
"A justiça arquivou o processo que me citava justamente porque não há nenhum tipo de dolo e nenhum tipo de irregularidade na contratação feita por mim. Nós temos uma verba parlamentar que nos possibilita essa contratação, eu a fiz, a empresa prestou o serviço, eu aluguei os dois carros, um em Brasília e outro na Paraíba e, como depois eu não precisei mais dos carros, porque eu adquiri um carro aqui no Estado, eu provei isso, fiz toda a defesa, apresentei as notas fiscais, os pagamentos, as prestações dos serviços e todas as denuncias que eu teria contratado uma empresa fantasma, ou seja, que não estava prestando serviço, caíram por terra ", explicou.
Hugo Mota esteve nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa da Paraíba para realizar uma visita de cortesia.
ENTENDA
O Ministério Público de Pernambuco denunciou a justiça um suposto esquema envolvendo empresas de locação de veículos. A empresa KMC Locadora, registrada na cidade de Itapetim- PE, teria realizado contratos fraudulentos envolvendo a Prefeitura da cidade de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco.
No decorrer das investigações, os promotores pediram a quebra do sigilo bancário da KMC Locadora e dos sócios e descobriram uma ligação financeira com a empresa RM&MC Locações. As duas inclusive participavam das mesmas tomadas de preço em contratos com o poder público.
Um detalhe que chamou a atenção dos promotores é que de fevereiro de 2011 a março de 2013 as duas empresas forneciam seus serviços alternadamente para locação de veículos e embarcações ao deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB), que atualmente preside a CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados.
Mensalmente o deputado fazia pagamentos, através da verba de gabinete, com parcelas que variavam entre cinco e R$ 10 mil. Os valores somados chegam a R$ 230 mil, gasto com locação de veículos e embarcações.
A empresa KMC Locadora, beneficiada com maior parte dos pagamentos foi considerada “fantasma” pelo Ministério Público por não possuir nenhuma instalação no endereço onde deveria estar localizada.
Em um levantamento feito junto ao Detran-PE, descobriu-se que a empresa de locação de veículos possui apenas um carro.
Com informações de Henrique
PB Agora