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Laudo da junta médica aponta que caso de Genoino não é grave

 A junta médica determinada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, concluiu que a situação do deputado federal José Genoino (PT-SP) não é grave e que sua permanência no regime domiciliar ou hospitalar não é imprescindível para a continuação do tratamento de saúde a que vem sendo submetido desde que foi preso. O laudo servirá de base para Barbosa decidir se mantém a concessão ou se envia Genoino novamente para o Complexo Penitenciário da Papuda.

"Portador de cardiopatia que não se caracteriza como grave, com base nas diretrizes pertinentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Assim sendo, o conceito de doença cardiovascular grave (cardiopatia e aortopatia) não se aplica ao presente caso em seu contexto clínico-cirúrgico de momento atual, que se apresenta sob impressão de expectativa favorável", atesta o laudo, assinado pelo doutor Luiz Fernando Junqueira, presidente da junta médica.

O exame físico realizado pelos médicos não detectou nenhum anormalidade em Genoino.

Segundo o laudo, o petista teve seu histórico avaliado e mesmo sua pressão arterial foi considerada normal, tendo marcado 12×8, além de frequência cardíaca em 62 batimentos por minutos e frequência respiratória em 13 incursões por minutos. Testes laboratoriais mostraram alteração na capacidade de coagulação de Genoino, mas ajustes na dose dos remédios foram feitas e a situação foi controlada.

O ex-presidente do PT ainda foi submetido a outros quatro exames, como eletrocardiograma, ecodopplercardiograma e angiotomografia nas artérias e na aorta. Em julho, Genoino foi submetido a uma cirurgia para contornar uma dissecção da aorta — a artéria estava abrindo em camadas, o que provocava hemorragias — e foi implantada uma prótese de 15 cm para evitar que ela se rompesse. Os resultados apontam que a cirurgia foi bem sucedida em controlar o problemas cardíacos pelo qual o petista passava.

"Pode-se concluir pela existência de discreta cardiopatia aterosclerótica e/ou hipertensiva, aterosclerose coronária não obstrutiva sem insufiência e aortopatia torácica aterosclerótica tratada com sucesso por meio de prótese de correção de dissecção aguda há quatro meses. Conjuntamente, essas condições não se constituem em graves doenças cardiovasculares", aponta o laudo.

Os médicos afirmam ainda que a recente crise pela qual passou Genoino é fruto de um quadro psicossomático. Em outras palavras, o petista teria passado mal pelo estresse emocional ao qual teria sido submetido desde sua prisão.

"Desde então vem apresentando um conjunto de manifestações clínicas sintomáticas, de forte componente psicossomático, representadas especialmente, de maior relevância, por episódios intermitentes de cefaleia, palpitações, tontura, diarreia e constipação intestinal alternadas, rouquidão, anorexia, escarros ferruginosos e cansaço", dizem os médicos.

O laudo aponta também que Genoino tomou doses erradas dos remédios, que contribuíram para a alteração da pressão arterial verificada antes de sua internação no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, na última quina-feira, e para o caso relatado de que o petista estaria cuspindo sangue. "O distúrbio da coagulação, manifestado por episódios de escarros ferruginosos e sangramento nasal, deveu-se ao inadequado controle da dose do medicamente, que uma vez ajustada fez desaparacer aquelas manifestações", aponta a junta médica.

Procurada pelo Terra, a assessoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, responsável pela execução das penas dos condenados do mensalão, informou que está analisando o laudo. O presidente do STF, por sua vez, afirmou pela assessoria que não iria se manifestar.

Terra
 

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