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Invasões: Abril Vermelho já fez 35 ocupações de fazendas na Paraíba e em mais quatro Estados

Até o final da tarde desta quarta-feira, o Abril Vermelho, como é conhecida a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária promovida esta semana pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) em todo o país, já havia feito 35 ocupações de fazendas em cinco estados. Em Pernambuco foram feitas 19 ocupações, três das quais nesta quarta-feira. A outra ocupação, das quatro feitas nesta quarta-feira, foi no estado de São Paulo, onde oito dessas ações já foram realizadas. Na Paraíba foram cinco ocupações, em Alagoas duas e em Santa Catarina uma.

Além das ocupações de fazendas para chamar a atenção para a falta de reforma agrária, o Abril Vermelho fez ainda três ocupações, com acampamentos, em escritórios regionais do Incra em São Paulo, no Paraná e no Mato Grosso. Em São Paulo, foram ocupadas quatro repartições públicas: dois escritórios do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), na capital e em Itapeva, a Secretaria municipal de Educação de Tremembé e o escritório do Incra em Bauru.

Nesta terça-feira a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, protocolou no Ministério da Justiça documento destinado ao ministro Luiz Paulo Barreto pedindo ações duras para reprimir as ações organizadas pelo MST no Abril Vermelho. Entre as ações está o uso da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal para identificar e reprimir as ocupações antes que elas aconteçam.

– São 13 anos de Abril Vermelho e 25 anos de MST. É tempo suficiente para criminalizar esse movimento que já atingiu a maioridade faz tempo – propôs a representante dos fazendeiros.

CNA fará campanha contra ocupações do MST

A CNA também anunciou que veiculará na TV uma campanha nacional contra as ocupações do MST e colocará advogados nos estados para auxiliar fazendeiros que movem ações contra líderes sem-terra. Ainda segundo Kátia Abreu, o pedido ao ministro da Justiça é o primeiro passo da campanha “Vamos Tirar o Brasil do Vermelho – Invasão é Crime”. O próximo passo, disse, será a coleta de um milhão de assinaturas contra as invasões.

– A garantia à propriedade é direito garantido pela Constituição como direito fundamental, mas não é respeitado por esse grupo que precisa ser criminalizado. Hoje, infelizmente, estamos diante da impunidade – disse.

Em resposta à senadora do DEM, o MST afirmou que as propostas da entidade ruralista “pretendem mais uma vez criminalizar as lutas sociais e impedir o avanço da reforma agrária”.

“A senadora não apresenta nenhuma proposta para resolver os problemas das 4 milhões de famílias pobres do campo e das 90 mil famílias acampadas em todo o país. No entanto, suas medidas buscam proteger da Lei Agrária cerca de 15 mil fazendeiros com mais de 2 mil hectares, que controlam nada menos do que 98 milhões de hectares”, afirma nota do MST. Katia Abreu, conforme o Movimento, “deveria dar um exemplo e devolver duas fazendas de 2.500 hectares, no município de Campos Lindos (TO), que ela invadiu em 2002”.

O MST ainda acusa a senadora de Tocantins de querer aparecer para tentar ser a vice do pré-candidato da oposição à presidência da República, José Serra (PSDB). “A senadora, que quer aparecer porque sonha em ser vice do candidato a presidente José Serra, deveria saber que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, líder dos tucanos, assinou o decreto que institui o 17 de abril como Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Ou seja, é um direito lutar pela Reforma Agrária neste país.”

 

 

Ascom

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