O novo governo de Honduras suspendeu hoje o toque de recolher de várias horas diárias que estava em vigor desde 28 de junho, quando os militares derrubaram o presidente Manuel Zelaya.
O governo de Honduras vem sendo exercido por Roberto Micheletti, nomeado pelo cargo pelo Congresso. “Em virtude dos objetivos desta disposição terem sido alcançados, o governo informa que a partir deste domingo, 12 de julho, se suspende em todo o território nacional o toque de recolher”, afirmou o anúncio oficial. A medida, que inicialmente vigorou de 22h a 6h, estava, foi reduzida, nos últimos dias, para 5 horas e 30 minutos diários.
A pressão sobre o governo de Micheletti, que não foi acolhido pela comunidade internacional, prossegue.
Hoje, em Lisboa, o subsecretário de Estado dos EUA, James Steinberg, expressou hoje sua confiança de que a ação dos organismos internacionais restabelecerá a democracia em Honduras e defendeu “restaurar o governo constitucional”.
“As organizações internacionais têm mecanismos para lutar contra os passos para trás na democracia e lidar com os eventos ocorridos recentemente em Honduras, assim como em outros países da África e da Ásia”, disse Steinberg.
O representante americano falou na inauguração da 5ª Conferência Ministerial da Comunidade das Democracias, realizada hoje em Lisboa e da qual participam autoridades e intelectuais de 50 países, incluindo o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim. Amorim, por sua vez, considerou que “a democracia é um objetivo em si”, que “sua reposição é obrigatória” e que é fundamental salvaguardar os valores democráticos e a paz.
Em relação ao fechamento da prisão de Guantánamo, Steinberg lembrou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se comprometeu a que seja em janeiro do próximo ano, e opinou que a “credibilidade” de seu país como defensor da democracia também depende do que fazem em “casa”. Acabar com a tortura e com este centro penitenciário, reconheceu Steinberg, era “indispensável”.
Também o papa Bento 16 manifestou-se hoje sobre a situação no país da América Central. O pontífice pediu um diálogo em calma, com entendimento comum e reconciliação para criar as condições que “assegurem uma coexistência pacífica e autêntica vida democrática” em Honduras, onde a população é majoritariamente católica.
Folha