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Em carta de renúncia, deputado se diz injustiçado e critica DEM

Em sua carta de renúncia ao cargo de 2º vice-presidente da Câmara, o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) afirma que seu afastamento se dá em razão da “ausência de respaldo” do próprio partido para o exercício do cargo.  

Em sua carta de renúncia ao cargo de 2º vice-presidente da Câmara, o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) afirma que seu afastamento se dá em razão da “ausência de respaldo” do próprio partido para o exercício do cargo.

No documento que foi encaminhado ontem (8) à noite ao presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), e divulgado hoje (9) à imprensa, Moreira se diz vítima de “inverídicas imputações” e que seu desligamento do cargo na Mesa Diretora é irretratável.

“A verdade foi esquecida. Questões como o fato de que a propriedade objeto de tanta celeuma foi construída de 1982 até 1990, antes do meu primeiro mandato eletivo, tornou-se irrelevante. O fato de a referida propriedade estar registrada e declarada no imposto de renda dos meus filhos desde 1993 também não foi averiguado”, argumenta Moreira na carta de renúncia.
 

 

O deputado mineiro ainda critica a postura do seu partido, o DEM, dizendo que ele não soube respeitar a prerrogativa regimental de sua candidatura avulsa. “Não soube exercer a ampla defesa e muito menos o contraditório antes de se pronunciar publicamente por fatos totalmente infundados, exercendo verdadeira ‘perseguição pessoal’ através de execração pública”.

Leia abaixo a íntegra da carta de Edmar:

Brasília, 8 de Fevereiro de 2009

AO
PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Excelentíssimo Deputado Michel Temer

Senhor Presidente

Minha vida sempre foi pautada pela transparência e em total consonância com os princípios democráticos. Tenho quase 60 anos de serviço público e privado prestado com seriedade e honradez. Estou no exercício de meu 4 mandato eleitvo nesta Casa Legislativa, tendo sido sufragado por quase 100 mil eleitores no último pleito.

Na eleição para a Mesa Diretora realizada no último dia 02, postulei através de prerrogativa regimental o cargo de 2 Vice Presidente destinado ao partido ao qual estou filiado. Fui eleito com o apoio de 283 parlamentares que reconheceram minhas atribuições públicas e não sucumbiram às pressões antidemocráticas, tornando-me o único candidato avulso a fazer parte da atual Mesa Diretora. Agradeço desde já a todos que me apoiaram e aos demais Deputados e Deputadas que respeitam a vontade da maioria.

O que era para ser um momento de alegria vem se tornando uma sangria desatada pautada em mentiras, inverdades, jogo de retóricas, que resultam em ataques sem qualquer respaldo empírico e de forma indiscriminada extrapolando os limites da natureza humana colocando em risco minha integridade física e moral bem como a de meus familiares.

A questão ganhou contornos insuportáveis quando meu próprio Partido não soube respeitar a prerrogativa regimental da candidatura avulsa não soube exercer a ampla defesa e muito menos o contraditóiro antes de se pronunciar publicamente por fatos totalmente infundados, exercendo verdadeira “perseguição pessoal” através de execração pública.

A verdade foi esquecida. Questões como o fato de que a propriedade objeto de tanta celeuma foi construida de 1982 até 1990, antes de meu primeiro mandato eletivo tornou-se irrelevante. O fato da referida propriedade estar registrada e declarada no imposto de renda dos meus filhos desde 1993 também não foi averiguado. Até mesmo a inércia em buscar no público cartório de registro de imóveis quem seriam os proprietários da fazenda para verificar em qual imposto de renda deveria estar declarada, passa a ser irrelevante diante da real pretensão e do dano decorrente de irresponsável ilação e prejulgamento a que fui submetido.

Fica apenas a concidência de que as infundadas acusações surgiram na exata semana da eleição para o cargo de 2 Vice Presidente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

Apresento em caráter irretratável, a partir deste momento, o meu desligamento do cargo de 2 Vice Presidente ao qual fui eleito de forma legítima e democrática.

O presente desligamento se faz necessário diante da ausência de respaldo de meu próprio Partido para o exercício do cargo, bem como para que possa concentrar meus esforços no sentido de responsabilizar aqueles que se valeram das inverídicas imputações.

Deputado Federal Edmar Moreira

 

UOL

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