A Paraíba o tempo todo  |

Ela sobreviveu. Cuide-se, prefeito.

     A deputada Nadja Palitot lembrou, em seu discurso de posse, ontem, antiga coluna minha em que eu frisava a primeira parte de seu outro discurso, da primeira vez que assumiu o mandato: “Paraíba, cheguei!”. Naquela época, ela chegava como um trator, disposta a fazer a diferença no plenário da Assembleia Legislativa. E fez.

     Gostaria, antes de tudo, de agradecer a lembrança do meu nome em seu discurso. Foi um gesto carinhoso.

     Pensei que, desta vez, ela diria “Paraíba, voltei!”, como quem anuncia que, novamente, iria desassossegar muita gente. Ela chegou a pensar em “Paraíba, resisti”, mas foi bem mais modesta com o seu atual “Paraíba, eu sobrevivi”.

     E quem duvidava disso, Nadja?

     Nem o prefeito Ricardo Coutinho. Ele apenas trabalhou para impedir a sua posse, por motivos mais que óbvios. Torcia contra seu mandato. Mas não duvidava de sua capacidade de resistência ou, como você prefere, de sobrevivência.

     Já sabemos, pelo tom de seu discurso, que sossego ele não vai ter mais. Serão meses de agonia, ainda que disfarçada. Cuide-se, prefeito, porque agora qualquer passo em falso poderá se transformar numa queda de grandes proporções.

     De qualquer forma, mesmo mantendo o tom anti-ricardista, confio no equilíbrio de Nadja. Nada pior do que uma oposição rancorosa. Apesar de magoada – contou as humilhações que ela e o marido sofreram do prefeito -, ela garante que não é vingativa. Por que duvidar disso?

     Acredito que, apesar da amizade estreita com o governador Maranhão, ela saberá desvincular essa relação de seu mandato e agirá de acordo com sua própria consciência. Afinal, uma oposição ao prefeito não precisa, necessariamente, significar uma adesão servil ao governador de plantão. Apoio, sim – afinal, todos sabem de sua vinculação política com o governador. Mas cabeça de lagartixa, não. Ela tem seus próprios valores e opiniões.

     Acredito mesmo que Nadja, mais uma vez, fará sobressair a marca de sua personalidade firme e a busca pela justiça. Sem servir de ventríloquo para ninguém. Nem mesmo para o amigo e aliado Maranhão.

     Os incautos que se cuidem.


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