Gente, tudo indica que nesta terça-feira o destino do governador Cássio Cunha Lima seja traçado de uma vez por todas. Ou não. Se não houver nenhuma novidade, logo logo a gente saberá como ficará o Estado, na votação no Tribunal Superior Eleitoral.
Quase metade da Paraíba prefere ver José Maranhão ganhar o governo no tapetão. Se os votos de Cássio continuarem os mesmos, metade mais alguma coisa prefere que as coisas continuem como estão. Tudo pode acontecer – Cássio fora do governo, Maranhão dentro, nova eleição ou o processo voltar para o TRE.
Mas essas torcidas não vão adiantar de nada. O que está em jogo, mais do que o destino de Cássio e da Paraíba, é a imagem do TSE.
Ora, o tribunal todo engoliu o parecer do ministro Eros Grau. Alguns só vieram perceber que votaram precipitadamente depois, colocando, inclusive, o ministro relator numa situação altamente desconfortável, já que foi questionado pelo próprio presidente do TSE. Grau chegou a dizer, naquela ocasião, que se sentia “constrangido” com os questionamentos.
E não era pra menos. Com ou sem razão, o constrangimento foi inevitável. Se ele pisou na bola, mesmo sobrando motivos para outros ministros o questionarem, o constrangimento não diminui. Pelo contrário, só aumenta e se dispersa. Afinal, o TSE votou à unanimidade pela cassação do governador, sem questionar nadica de nada. Depois, alguns ministros, que tiveram a curiosidade de se deter com mais cuidado sobre o processo, perceberam que erraram no voto, segundo ficou claríssimo naquela votação em que foi feito o pedido de vistas. Ficou constrangido o ministro relator, que teve seu posicionamento publicamente questionado, ficaram constrangidos outros ministros, que estariam dando provas de que houve precipitação na votação que cassou o governador, que houve erro do tribunal, no mínimo um desleixo para com um assunto tão importante. Mais: Eros Grau ficou tão constrangido que, dizem lá por Brasília, ele estaria pressionando seus pares para frear essa bola de neve de uma vez por todas. Faz sentido.
E agora?
Agora, das duas uma: ou o tribunal se reveste de humildade para assumir que errou – se é que errou -, ou vota novamente pela cassação para não ficar desmoralizado.
Mas, afinal, qual a desmoralização maior? Reconhecer um possível erro desastroso e gravíssimo ou insistir nele para preservar a imagem da instituição?
Nova eleição
Volto a insistir: se Cássio for realmente cassado, que venham novas eleições, mas não um Maranhão goela abaixo. Os leitores que me acham babona de Cássio – e eu nem ligo pra isso, porque não preciso babar ninguém nem tenho cargo no Estado – que me perdoem, mas ser babão de Maranhão não me parece uma opção menos indigna. Arre!
Novidade
O Psol protocolizou petição no TSE, objetivando habilitação no processo. O danado é encontrar Cláudio Lucena, advogado do partido, pra explicar melhor. Já que não consigo acessá-lo por telefone… Cláudio, por favor, comenta aqui.
Novidade II
O intuito do PSOL é o de ingressar no feito na condição de assistente do autor da ação, o PCB, “porque é com o resultado perseguido por esta parte que o seu interesse processual guarda relação”. O PSOL quer, no final das contas, novas eleições.