A Paraíba o tempo todo  |

Duque entrega envelope lacrado com decisão sobre investigação contra Sarney

A assessoria do presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ) , entregou no final da tarde desta sexta-feira (7) um envelope lacrado à Mesa Diretora da Casa com a decisão do senador sobre os sete pedidos de investigação contra José Sarney (PMDB-AP).

O envelope foi recebido pela secretária-geral da Mesa Diretora, Cláudia Lyra. A assessoria de Duque não revelou qual foi a decisão tomada pelo presidente do conselho sobre os pedidos contra Sarney.

 

Segundo a Mesa Diretora, o teor da decisão só será conhecido oficialmente neste sábado (8), quando o despacho do presidente do Conselho de Ética for publicado no Diário Oficial do Senado. Os senadores que integram o conselho, porém, devem receber uma cópia da decisão ainda nesta sexta.

Duque analisava três representações feitas pelo PSDB, uma representação feita pelo PSOL, uma denúncia feita pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) e outras duas assinadas pelo tucano junto com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

 

A primeira das representações do PSDB trata da denúncia de que um neto de Sarney tenha usado seu prestígio para intermediar convênios para a operação de crédito consignado com a Casa. Em nota, quando da divulgação da denúncia, o neto de Sarney negou favorecimento.

Outra representação dos tucanos diz respeito aos atos secretos. A ação acusa Sarney pela edição dos atos secretos e anexa gravações de conversas telefônicas que mostram Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, conversando com sua filha sobre a nomeação de um namorado seu, que foi feita por meio de ato secreto. Em discurso em plenário nesta quarta-feira (5), Sarney negou envolvimento com os atos e criticou a divulgação das gravações.

A última acusação feita pelo PSDB diz respeito à Fundação José Sarney. Há suspeitas de que a Fundação possa ter fraudado um contrato de patrocínio de R$ 1,3 milhão com a Petrobras. A Fundação classifica as acusações de “levianas” e diz que a estatal fiscalizou o projeto.

A representação do PSOL reúne alguns temas. O primeiro é o fato de Sarney ter ocultado de sua declaração de bens à justiça eleitoral uma mansão de R$ 4 milhões. O presidente do Senado chegou a dizer que a não declaração foi um “equívoco” do contador, mas depois disse que o fato aconteceu por “esquecimento”. Outra acusação constante da mesma representação é referente à Fundação José Sarney, em termos semelhantes aos da ação do PSDB.

Em relação às denúncias analisadas por Duque, a primeira foi protocolada por Virgílio. Ela diz respeito às gravações que ligariam o presidente do Senado aos atos secretos, tema contemplado também em representação do PSDB.

A denúncia, protocolada por Virgílio e Buarque, de que um assessor do presidente do Senado teria usado seu prestígio junto à Polícia Federal para repassar informações privilegiadas para Fernando Sarney foi outra arquivada.

Outra acusação da dupla de senadores sobre transações de terras do presidente do Senado também teve o mesmo fim. Neste caso, há suspeita de omissão da propriedade para não realizar o pagamento de tributos.

Arquivamentos

Na quarta-feira (5), Duque já tinha mandado ao arquivo quatro representações contra Sarney e uma contra Calheiros. Nestas decisões, ele alegou que as matérias não apresentavam evidências que justificassem a abertura de investigação.

Naquele dia, o presidente do Conselho rejeitou três denúncias apresentadas por Virgílio que diziam respeito ao caso do neto e da Fundação José Sarney, ambas repetidas nas representações do PSDB. Duque argumentou que as denúncias se referiam a episódios ocorridos em outra legislatura e sem fundamentação compatível com a abertura de investigação. Ele destacou o fato das ações se basearem em matérias jornalísticas.

As outras duas representações –uma contra Sarney e outra contra Renan, apresentadas pelo PSOL–, rejeitadas na quarta-feira, pediam a investigação da responsabilidade dos dois senadores sobre os atos secretos do Senado. As matérias foram rejeitadas porque também tinham como base reportagens publicadas pela imprensa.

 

 

 

G1

    VEJA TAMBÉM

    Comunicar Erros!

    Preencha o formulário para comunicar à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta matéria do PBAgora.

      Utilizamos ferramentas e serviços de terceiros que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “PROSSEGUIR”, ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
      Total
      0
      Compartilhe