Caro Dr. Roosevelt Vita:
Sou um delegado de carreira, fui aprovado no último concurso público e gostaria muito de lhe fazer um desabafo: estou muito decepcionado com a forma como vem sendo conduzido esse processo de negociação salarial com o Governo do Estado. E, como o senhor é nosso advogado desde antes da cassação do ex-governador tucano Cássio, gostaria de lhe pedir socorro, em meu nome e em nome de muitos que estão vendo seus contracheques serem vítimas de imbecis representantes de nossa classe.
Sei que o senhor, agora como secretário de Administração Penitenciária do Estado, está cheio de outras prioridades, mas só gostaria de um pouquinho de seu tempo para mostrar como a gente se deu mal nessa aposta errada no Maranhão III – a quem o senhor também representa e serve – mas, fazer o quê? A gente sempre teve o senhor como um aliado para todas as horas.
Doutor Roosevelt: em 2003 o salário de um delegado era de R$ 1.584,74. Com os aumentos que o então governador Cássio concedeu, um delegado especial já ganha hoje R$ 7.076,30 e, em setembro de 2009, receberá R$ 7.413,26.
Se tivesse sido aceita a última proposta apresentada pelo ex-governador Cássio, a gente tinha assegurado, além do já previsto em lei, mais 5% em junho e 5%, em dezembro. No total, 20%, só em 2009!!!!
Em termos percentuais, isto representaria 285% conquistados ao longo do Governo Cássio.
O ex-governador, que sempre nos atendeu com respeito, já havia concedido a esta categoria mais 220,09% nominais e, em termos reais, mais de 179%.
Nesta linha, se observarmos apenas os últimos 12 meses e compararmos o salário proposto pelo Governo Cássio Cunha Lima ao que recebíamos em março de 2009, os aumentos iriam variar entre 40,59% a 45,17% no ano de 2009.
Puxa vida, Doutor Roosevelt…Após 70 dias de massada, o seu governador Maranhão não nos apresentou qualquer proposta. A gente, já a partir de junho, deixa de ganhar 5% a mais em nossos salários e, se assim continuar, perderemos também os 5% de dezembro. Um baita prejuizo num tempo cruzeta como esse de crise mundial….
Mais grave ainda, querido advogado: como o décimo terceiro toma por base o salário de dezembro, a categoria perderá ainda mais, pois não serão considerados os 20% que deveriam ter sido aceitos pela proposta do doutor Cássio.
À essa altura, nobre advogado, já estou convencido de que, movidos por motivos políticos não confessáveis, a gente terminou batendo de frente com um governo que nos possibilitou algumas conquistas. Vejamos: Lei Orgânica publicada e almejada há décadas; de forma distinta e como prêmio a categoria ganhou a redução do tempo de aposentadoria a todos o delegados; ocorreram mais de 1.095 ascensões funcionais só na Polícia Civil; dobrou o efetivo da Polícia Civil, através de concurso. E deixou outro concurso em andamento com mais de 1.260 vagas; acabou a figura do delegado comissionado, além de ter realizado diversas ações de reaparelhamento da Polícia Cívil (veículos, delegacias, equipamentos etc.)
Nunca fui muito fã do Governo Cássio, confesso, mas não posso negar que, nesse aspecto, o ex-governador se saiu muito melhor do que o atual para a nossa categoria.
Pelo amor de Deus, como nosso advogado, Dr. Roosevelt, diga ao governador que pare de nos enrolar e empurrar com a barriga nossos pleitos, pois estamos no limiar de uma situação constragedora: chutamos um governo que nos tratou bem e apostamos num governador que não está dando a mínima pra gente.
Queria muito estar errado, mas os fatos falam por si só.
Um forte abraço de quem sempre esperou muito do senhor.
Um Delegado Arrependido
Desprestigiada
Em discurso na Fiep, na noite desta segunda-feira (25), o governador José Maranhão (PMDB) fez loas ao espírito criativo dos campinenses e exaltou o nível de qualidade do ensino superior…mas se limitou apenas em registrar elogios à Universidade Federal de Campina Grande.
Ironicamente, uma das instituições de ensino superior publicas que mais tem crescido nos últimos anos no Nordeste e destaque nacional pelos avanços após a autonomia, a Universidade Estadual da Paraíba não mereceu qualquer menção de José Maranhão.
