Pichações, ferrugem, depredações e sujeira revelam a sombra do descaso e falta de manutenção nos monumentos, tanto históricos quanto contemporâneos, da cidade de João Pessoa. Seja nas rotatórias espalhadas pelos principais pontos da cidade ou no esquecido Centro Histórico, é fácil perceber o abandono das esculturas que deveriam deixar a capital paraibana mais bonita.
Um caso recente que retrata essa realidade foi a queda do monumento Revoar, localizado na rotatória do Bessa Shopping, no bairro do Bessa. Na semana passada, devido às chuvas fortes, a obra de arte ganhadora do Primeiro Concurso Público de Obras de Arte Jackson Ribeiro, com visíveis sinais de ferrugem, se desprendeu de sua base e tombou.
A obra é do artista plástico paraibano Luiz de Farias Barroso. O artista plástico ganhou o concurso em 2009 e teve seu monumento inaugurado em 2010, durante a gestão do então prefeito Luciano Agra (PSB).
Segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Humano de João Pessoa (Sedurb), o motivo do tombamento foi a maresia devido a localidade do monumento e as chuvas fortes que ocorreram durante o período da queda. O diretor de paisagismo da Sedurb, Sérgio Chaves, informou que estava no planejamento da prefeitura revitalizar a escultura antes do ocorrido. “Estava nos nossos planos já restaurar esse monumento do Bessa, inclusive iríamos levar a metalúrgica até lá para efetuar a manutenção”, disse. Ainda segundo o diretor, a escultura foi levada para uma metalúrgica que deverá realizar as restaurações necessárias para a obra ser recolocada na cidade.
Por outro lado, o artista criador da obra acredita que o motivo tenha sido a falta de manutenção por parte dos órgãos responsáveis. De acordo com ele, ocorreu um acidente no ano de 2016 na localidade do monumento. O artista explicou que o impacto desestabilizou a base da escultura.
“Como meu filho mora próximo do local onde a obra está localizada, ele me informou na época que um carro bateu na escultura, causando um problema na base. É uma peça de 4 metros de altura, com a base abalada ela não suportou”, disse.
Apesar do acidente ter ocorrido há quase dois anos nada foi feito para recuperar o monumento durante esse período. Barroso conta que entrou em contato com a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) na época, órgão responsável pelo concurso que premiou o artista, mas a informação repassada foi que a prefeitura não poderia fazer o trabalho de revitalização da obra. “A queda foi em virtude da falta de cuidado com a estrutura. Quando solicitei a ajuda para tentar solucionar o problema me pediram uma papelada que, na minha opinião, não seria necessária. Mas eu repassei tudo e eles me informaram que não podiam fazer nada no momento”, comentou.
Redação