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De Barrabás a 2010

É o Novo Testamento, há dois mil anos, que registra a mais clássica e primitiva história de compra de votos da humanidade. Foi quando o povo, financiado pelos sumo sacerdotes, livrou o criminoso Barrabás no lugar de Jesus Cristo.

Dois mil anos depois, não é de se estranhar que no imenso Brasil a compra de votos seja uma prática tradicional e corrente nos processos eleitorais do país. Mesmo assim, machuca a democracia saber que 17 milhões de brasileiros, estatisticamente, admitem que já trocaram seu voto por algum benefício material.

Pois foi o que revelou pesquisa publicada pela Folha de São Paulo nesta terça.

O que, de imediato, abala frontalmente o papel dos políticos que desejam, embora poucos, serem reconhecidos mais pelos trabalhos que fazem do que pelas esmolas que dão.

Ora, pra quê se acabar em favor de um mandato sério e dedicado se, no final das contas, o que vai valer é quanto se arrecadou pra campanha?

A coisa é tão grave que a primeira que se faz quando alguém se propõe a se candidatar é: “Ta montado (em dinheiro)?”

A situação explica dados que a pesquisa do Instituto Opinião trouxe à tona. A um ano das eleições, cerca de 80% dos paraibanos não fazem idéia de quem vão votar em 2010.

E isso não apenas por causa da distância do tempo da eleição. Se os trabalhos dos parlamentares e dos políticos fossem realmente levados em consideração na hora do voto, o número de indecisos seria sempre menor. Porque em qualquer época anterior à eleição o eleitor já teria consciência do desempenho desse ou daquele mandatário.

O índice é grande porque, infelizmente, a compra de votos pauta a corrida eleitoral. E voto só se vende e só se compra às portas das eleições.

Mercado proibido que funciona mais do que qualquer negócio lícito praticado no Brasil.
 


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