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Cúpula das Américas termina sem consenso entre países

A 5ª Cúpula das Américas terminou neste domingo em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago, sem um consenso sobre a declaração final, disse o primeiro-ministro, Patrick Manning. As divergências entre as posições dos Estados Unidos e dos países da Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) sobre o fim do embargo a Cuba e o combate à crise econômica global impediu o acordo sobre o texto final.

“A declaração em si não tem a completa aprovação dos 34 países presentes. Alguns deles manifestaram suas reservas”, declarou Manning no encerramento da reunião.

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“O documento que emerge é um documento de compromisso, que recebeu a aprovação de alguns e a desaprovação de outros. Concordamos em adotar este documento, já que ao adotá-lo, reconhecemos que não há unanimidade e sim um grande consenso sobre estas questões importantes”, completou.

Já o presidente mexicano, Felipe Calderón, disse, em tom mais otimista, que o documento “teve o consenso independentemente do matiz de que não foi unânime em todo o seu conteúdo”. Manning destacou, por sua vez, que “nunca antes se tinha alcançado tal espírito de cooperação”, e ressaltou que estava “falando por todos”.

O primeiro-ministro destacou que o momento inicial da cúpula, quando o presidente americano, Barack Obama, falou de “uma nova direção e uma nova visão dos Estados Unidos”ao continente, e depois isso foi “refletido em uma declaração equivalente do presidente da Venezuela, Hugo Chávez”.

A posição de Manning foi reforçada pelos presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Nicarágua, Daniel Ortega, acrescentou o primeiro-ministro, que disse ainda que “esse novo espírito de cooperação [no continente] se tornou muito evidente”.

Ontem, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, já havia afirmado que os países da Alba não assinariam a declaração final cúpula. O grupo considerou que a declaração final da cúpula “não dá resposta à crise econômica global” e que Cuba foi “injustificadamente” excluída, desconsiderando a rejeição dos países latino-americanos e do Caribe ao embargo americano contra o país caribenho.

O grupo também defende a volta de Cuba à OEA (Organização dos Estados Americanos), da qual foi excluída em 1962, ano em que foi imposto o embargo americano a Cuba (a organização foi criada em 1948).

Obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu hoje que não concordou com tudo que foi dito na cúpula pelos líderes de outros países, mas ficou claro que podem fazer progresso que queremos nos libertar de alguns debates e ideologias velhos que dominaram e distorceram as discussões por tempo demais”

Sobre Cuba, Obama disse também que a política dos EUA nos últimos 50 anos “não funcionou”. “Acredito que não vamos mudar isso da noite para o dia, mas há sinais de mudanças. Questões como liberdade de expressão e presos políticos são importantes e não podem ser varridas para o lado”, afirmou.

“Todos os líderes presentes aqui foram eleitos democraticamente. Isso ainda não acontece em Cuba. Fidel [Castro, ex-ditador cubano] dizer que temos de discutir não apenas o embargo, mas direitos humanos, isso é um bom sinal.”

Folha

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