A Coreia do Norte cumpriu neste sábado a promessa de lançar um foguete de longo alcance carregando um satélite civil de comunicação, e já comemora o sucesso da operação. Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão confirmaram o lançamento, mas o Comando Aeroespacial dos EUA e o Ministério da Defesa sul-coreano negaram o êxito da instalação do satélite em órbita. O lançamento ocorreu por volta das 11h30 deste domingo (23h30 de sábado pelo horário de Brasília), com forte pressão da Coreia do Sul e dos EUA.
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Segundo autoridades japonesas, que negou intenção de ataque a seu território, o foguete caiu a cerca de 2.100 quilômetros ao leste de Tóquio. Segundo Pyongyang, o satélite transmitiu músicas sobre o ditador Kim Jong-il e o pai dele, o general Kim Il-sung, além de discursos sobre a fundação do Estado comunista.
Anteriormente, o Ministério da Defesa do Japão afirmou que a primeira fase do foguete caiu no mar, a 280 km da costa oeste do país. Horas antes do lançamento, o governo norte-coreano ativou os radares situados ao redor da base Musudanri, ao nordeste do país, de onde o foguete teria sido lançado.
Mesmo com a ausência de um ataque formal, o Japão pediu uma reunião emergencial neste domingo no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) por considerar que o lançamento fere as regras da entidade, mesmo se tratando de um satélite civil.
O país prometeu que irá pedir, junto ao conselho, a prorrogação das sanções contra a Coreia do Norte –que expiram no próximo dia 13– por mais um ano, em vez de seis meses. As sanções proíbem a importação de produtos norte-coreanos por parte do Japão, assim como as exportações de muitos produtos japoneses para a Coreia do Norte e a entrada, em águas territoriais japonesas, dos navios de bandeira norte-coreana.
EUA
Em Praga, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considerou o ataque uma “provocação” e disse que nenhum país “tem direito de colocar a estabilidade mundial em risco com a utilização de armas nucleares”.
O lançamento do artefato provocou forte comoção da comunidade internacional, em especial da Coreia do Sul, que continua a manter as tropas em alerta na fronteira.
Obama prometeu buscar apoio junto ao Senado para ratificar o Tratado para a Proibição Completa das Experiências Nucleares. O Tratado que havia sido ratificado por 148 países entrará em vigor após a assinatura dos Estados Unidos, China, India, Paquistão, Israel, Irã, Egito, Indonésia e Coreia do Norte.
ONU
O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, disse neste domingo que o lançamento do foguete norte-coreano não ajuda em nada nos esforços para assegurar a paz e a estabilidade regionais e pediu a Pyongyang que cumpra as resoluções do Conselho.
“Devido à instabilidade na região, um lançamento deste tipo não vai em direção aos esforços para promover o diálogo, a paz regional e a estabilidade”, afirmou o secretário-geral em um comunicado divulgado pelo seu escritório de imprensa.
Folha