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Até superstição e ideologia atrasam definição de gabinetes, diz senador

Heráclito Fortes revela causas do problema de ocupação de espaço.

Foco dos problemas é a ala Filinto Müller, nome do chefe da polícia de Vargas.

 

Com o mês de dezembro chegando na metade a Mesa Diretora do Senado ainda não conseguiu distribuir os gabinetes da Casa para a próxima legislatura, que começa em fevereiro. Após mais uma reunião sem acordo nesta quinta-feira (9), o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), revelou alguns dos motivos que tem atrapalhado a resolução deste tema.

“Nós temos uma ala chamada Filinto Müller. Não sei se por superstição ou pela distância alguns não querem ir pra lá. Os gabinetes são grandes, confortáveis, mas são distantes. Nós tivemos casos de senadores que pelo fato de a ala ser Filinto Müller, por condições ideológicas não aceitam ir pra lá e a gente tem de respeitar”, afirmou Heráclito.
 

Filinto Müller foi um militar e político que teve grande destaque na ditadura de Getúlio Vargas. Ele foi chefe da polícia do Distrito Federal, que então ficava no Rio de Janeiro, de 1933 a 1942. Müller foi acusado de prisões arbitrárias, tortura e ganhou notoriedade no episódio da deportação de Olga Benário, que acabou morrendo em um campo de concentração na Alemanha nazista. Coube a ele levar Olga à Alemanha após a decisão do governo brasileiro.

Müller foi eleito quatro vezes senador pelo estado do Mato Grosso, presidiu a Arena, partido que deu sustentação à ditadura militar de 1964 e chegou a presidir o Senado. Ele morreu em 1973 em um acidente aéreo. O então senador estava no vôo da Varig que realizou um pouso de emergência nos arredores de Paris e acabou pegando fogo. Müller foi um dos 123 mortos neste acidente.

Os motivos ideológicos e de superstição não são os únicos alegados para fugir desta Ala no Senado. Ela fica atrás da biblioteca da Casa e é a mais distante do plenário. Senadores eleitos que têm problemas de saúde e de locomoção tem usado este argumento para buscar outro lugar.

Em meio a este impasse, a Mesa terá que solucionar os impasses para alocar todos os parlamentares. Heráclito acredita que na próxima semana será possível resolver “90% dos casos”, mas ele admite que alguns problemas poderão ser deixado para janeiro.

O diretor-geral da Casa, Haroldo Tajra, não quis informar o número de senadores que estão disputando gabinetes. Ele afirmou, porém, que é preciso resolver logo o problema porque é preciso liberar os gabinetes alguns dias antes da posse dos parlamentares, que acontece em 1º de fevereiro.

 

 

G1

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