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Análise: PSB-JP e a política do ‘faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço’

Foram de se estranhar as declarações da presidente municipal do PSB de João Pessoa, Cassandra Rodrigues, nesta terça-feira (25), ao tachar de oportunismo a aliança entre o Cidadania e o Progressistas na disputa pela sucessão municipal na Capital.

Ora, não por nada. Mas é que assim a dirigente acaba sendo um algoz do seu próprio partido, criticando a receita reiteradamente utilizada pelo seu grupo nos últimos pleitos, em um passado não tão longínquo.

Todos se lembram que Ricardo Coutinho (PSB), egresso do Partido dos Trabalhadores à época, se aliou com nada mais nada menos que o então Cássio Cunha Lima (PSDB) e sua turma para conquistar o Palácio da Redenção em 2010. Os dois andaram literalmente de mãos dadas Paraíba afora como se dois irmãos fossem. Trocaram confidências e estratégias. O PSB lucrou. Ganhou a confiança do ninho tucano e alcançou seu objetivo – o poder da caneta.

Em 2014 não foi diferente. Já tendo Cássio, antigo aliado de 2010, como adversário novamente, o PSB viu no grupo de Cartaxo sua nova meta de poder. Cássio então voltou a ser, para o PSB, a pior figura política existente naquele cenário. O embate foi ardente. Cássio, com mandato de senador, levou no primeiro turno, mas acabou perdendo no segundo para Ricardo Coutinho. Saiu derrotado, mas, mesmo assim, com mandato de senador que se estendeu até 2018.

As eleições municipais de 2016 chegaram, e Cartaxo, que era adversário em 2010 e aliado em 2014, voltou a virar adversário pela segunda vez.

O PSB lançou a professora Cida Ramos (PSB) para derrotar Luciano, mas acabou perdendo.

De lá para cá os dois estavam adversários, mas de repente, não mais que de repente, a tese de união entre a dupla voltou a ser latente para o pleito deste ano, em um ciclo vicioso de ‘estratégias políticas’, mas que, na linguagem da dirigente da sigla, se encaixaria com a classificação de oportunismo.

Quando é o PSB o protagonista da articulação, dar-se a isso o nome de estratégia. Mas quando são os outros partidos, o nome vira ‘oportunismo’, em uma política escancarada do ‘faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço’.

PT X PCdoB X PSB

Com a união entre PT e PCdoB em João Pessoa, a candidatura própria do PSB fica cada vez mais inviável. O partido do governador, ao que parece, terá que, pela primeira vez, dar um passo atrás, para conseguir dar dois para frente. Ou se conforma com o espaço de vice na chapa do campo democrático, ou ficará à margem do pleito municipal da Capital.

DEM SEGUE NO PÁREO

O DEM continua no páreo na disputa pela prefeitura de João Pessoa, mas ainda não tem um nome nem partido cotado para ocupar a vice.

SOLDADO DO PARTIDO

Bruno Farias, que é o presidente municipal do Cidadania, reiterou sua disposição para ocupar a vice na chapa do ex-senador Cícero Lucena (PP). Disse que é soldado do partido e que sempre cumpriu todas as missões que lhes foram atribuídas.

E A POLÍTICA?

Segue sendo a arte dos possíveis. No final, quem desdenha, quer comprar.

 

Márcia Dias

PB Agora

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