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Análise: o cocô brasileiro e a “bela sacada” de Bolsonaro

(foto: Evaristo Sa/AFP)

Hoje eu vou fazer cocô! Todos devem, em nome da boa política para o meio ambiente. O tal fazer trata-se de algo grandioso e, em profunda análise, funda mesmo, descobri que cada pessoa gera cerca de 135 a 180 litros de esgoto por dia. Essa é uma estimativa que inclui a água descartada em nossos banheiros, pias e máquinas de lavar, além de fezes e urina.

Tratar e lidar com esses dejetos é um negócio caro, que demanda tempo. Mas em vez de ver excrementos humanos como algo que devemos nos livrar, algumas empresas estão conseguindo transformá-los em algo útil, e até lucrativo.

No Reino Unido, por exemplo, a companhia Northumbrian Water passou a ser reconhecida como especialista no uso da chamada “energia do cocô”, utilizando dejetos humanos para geração de gás e eletricidade. Então, se no dito Primeiro Mundo isso dá certo, imagine abaixo da linha do Equador.

Então o cocô “É Tech, é Pop, é bosta, é tudo”. Certo? Certo! Trata-se de algo rentável, que a oposição do presidente Jair Bolsonaro desprezou e fez chacota quando o chefe da nação pregou o uso racional do que muitos chamam de “tolete”.

Já éramos o país do futebol, da desigualdade social, dos analfabetos “funcionais”, da corrupção contínua e, agora, o país do cocô. Note, leitor, sem preferências ideológicas e partidárias, como somos admirados mundo afora e, “há dentro”, após a genial “sacada” do nosso “estadista”. Palmas para ele!

Eu entendo que o assunto pode parecer banal. De péssimo gosto para ser tratado aqui ou alhures. Também acho! Mas vamos e convenhamos: o cocô, discutido aqui, não é qualquer bosta. Trata-se de uma determinação, quase um decreto presidencial. E não fui eu que assinei. Nem você. Veio do nosso presidente.

Então, vamos nos conformar, aguardando Câmara e Senado transformar o expediente presidencial, algo próximo de uma Medida Provisória de urgência, em lei. Após, será belo de se ver, tocar e até cheirar.

Vamos imaginar um dispositivo super atual em nossa Constituição. Algo tipo: “Artigo 9º, inciso 11º, parágrafo único. Todo o poder emana do povo, todo povo faz cocô, dia sim, dia não, havendo a possibilidade do prazo ser alterado caso o território nacional esteja em perigo”.

E assim vou encerrando esse “papo escatológico”, tendo a ciência que o futuro do Brasil reside na coprologia (ramo da biologia e da medicina que estuda as fezes). O resto é descarga, suor, lágrimas e papel higiênico.

Eliabe Castor
PB Agora

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