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Aliança entre PT e PMDB se repete em 14 Estados

Surgido no início da década de 80, ainda durante o regime militar, o PMDB é hoje a maior agremiação política do país. Atualmente, o partido detém nada menos que nove governos estaduais, 91 cadeiras na Câmara dos Deputados, 17 no Senado, 1.201 prefeituras e cerca de 2 milhões de filiados.

Trata-se, porém, de um trunfo que muitas vezes se transforma em um problema. Como tem uma estrutura muito ramificada, com várias lideranças regionais, o partido sofre com uma excessiva fragmentação. Neste ano, embora no âmbito nacional tenha se aliado ao PT, indicando Michel Temer para ser vice de Dilma Rousseff na corrida presidencial, regionalmente a dobradinha se repete em 14 das 27 unidades federativas do país.

Há casos em que o PMDB inclusive se coligou à oposição, como São Paulo, onde Orestes Quércia concorre ao Senado na chapa do tucano Geraldo Alckmin. O PMDB tem candidatos próprios em 13 Estados: Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Em seis, o partido terá como adversário direto um petista, indo na contramão da aliança nacional. Um exemplo é o Rio Grande do Sul, onde o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça enfrentará nas urnas o petista Tarso Genro, ex-ministro da Justiça. Em outros seis Estados, o PMDB está coligado com siglas diferentes e também rivaliza com o PT.

Para o professor José Paulo Martins Jr., da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), o partido enfrenta dificuldade para conseguir coesão interna porque não dispõe de uma figura nacional que tenha legitimidade para reunir as várias faces regionais em torno de um grande projeto nacional peemedebista.

– Os diretórios estaduais sempre gozaram de muita autonomia, e a direção nacional nunca teve um peso grande na direção desses diretórios.

Ulysses

A cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), recorda que, ao lado do antigo PFL (atual DEM), o PMDB foi responsável pela formação do sistema político pós-ditadura. Mas, segundo ela, o partido também foi um dos principais prejudicados pela crise que marcou a presidência de José Sarney.

Nas eleições de 1989, Ulysses Guimarães, figura nacionalmente conhecida por sua atuação à frente da Constituinte, naufragou na tentativa de levar o PMDB à Presidência, ficando na sétima colocação. Maria do Socorro diz que a legenda foi punida nas urnas.

– A população puniu [o PMDB] gravemente em 89, quando chegaram nem a 3% dos votos com um dos principais quadros da abertura [Ulysses]. O PMDB foi um dos partidos que mais pagou o preço por aquela conjuntura de crise econômica e má administração.

Para Martins Jr., com Ulysses, que morreu em 1992, o PMDB teve sua última grande liderança nacional. Até hoje, diz o professor, nenhum outro quadro pôde ocupar o lugar deixado por ele.

– Desde então, não houve mais nenhuma liderança expressiva e positiva. As figuras mais importantes são velhas, já identificadas com uma política antiga e sem apelo eleitoral.

 

 

 

R7

 

 

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