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Advogado denuncia ‘em artigo’ ex-secretário de RC

Um artigo publicado na coluna do ex-deputado e advogado Gilvan Freire, do PMDB, colocou em xeque a conduta do ex-secretário de Educação da gestão socialista, Afonso Scocuglia. Segundo o texto do peemedebista, o ex-secretário cometeu a prática de corrupção, já que teria desviado mais de R$ 24 milhões da pasta,"recursos do ensino público estadual, destinados a alunos carentes – pobres filhos de pobres".

A reportagem do PB Agora procurou o ex-secretário Scocuglia para ouvir a sua versão sobre as acusações, mas ele não atendeu as ligações da reportagem.
 

Veja o artigo de Gilvan Freire:


O NOTÁVEL PROFESSOR DA GATUNAGEM

 

Gilvan Freire

Não uma ponta do iceberg (1), mas é grande parte do Iceberg todo que já está à vista no mar agitado da corrupção que banha o Estado da Paraíba hoje. Quem diria, meu Deus do céu, que tivéssemos de passar por isso exatamente na época em que o povo, por maioria estreita de votos, desejou fazer uma experiência nova de administração pública, a fim de premiar um homem político devotado às causas populares, que, embora não fosse muito jovem (beirava os cinquenta anos), achava-se no direito de governar também seu Estado. Foi uma briga paroquial e burra entre os maiores líderes da província que criou uma brecha por onde ele se espremeu e passou de fininho.

Mas isso só interessa ao caso ora enfocado porque é nesta Paraíba alarmada onde acontece de tudo, exatamente ao contrário do que o povo esperava acontecer. É que o povo serve para tudo numa eleição, menos para adivinhar as intenções e as fraquezas de seus líderes. Mas vamos ao que importa agora: uma corrupção monstruosa e monumental ocorrida há pouco e praticada por um professor ilustrado contra os recursos do ensino público estadual, destinados a alunos carentes – pobres filhos de pobres.

O NOME DO RATO É SCOCUGLIA

Era ainda dezembro de 2011 quando a Controladoria Geral do Estado, atordoada, verificou que o segundo secretário de Educação da Paraíba em poucos meses de governo, recrutado como o primeiro dos quadros da UFPB, gastava montanhosas verbas de sua pasta como um bodegueiro que é dono absoluto de sua gaveta. Já estava um pouco tarde para evitar a consumação do delito que faria sangrar do gavetário do titular da pasta a fantástica quantia de R$ 24.051.344,22. Isso mesmo: 24 milhões e pouco de reais, suficiente para comprar 1000 carros populares. Mas ainda que fosse tarde (grande fração do dinheiro estava ainda em fase de liberação), o Controle Interno mandou o secretário bloquear. O homem desobedeceu e liberou a fábula. O governador o demitiria mais tarde, mas o nomeava Assessor Especial, não antes de obrigá-lo a fazer pelo menos uma Sindicância para amenizar o possível escândalo. Afinal, esse homem saberia muito para receber um prêmio depois de praticar um roubo tão grande.

Pois bem, o governo, generoso e complacente com os vadios, já constatou, amaciando um pouco, que o superfaturamento foi de 40% com relação aos preços coletados em João Pessoa, o que deve representar mais de 100% se a coleta for feita junto aos fabricantes dos produtos entregues (?). Pior, oficialmente está constatado que os produtos nem de longe correspondiam em qualidade, especificações e quantidade aos que foram adquiridos. E ninguém se atrevia a dá recebimento desses materiais nas regiões de ensino, simplesmente porque eles teriam supostamente chegado aos destinos à noite, de madrugada, nos sábados e domingos. 13 regiões de ensino do Estado já passaram atestado de como se deu o latrocínio (sim, porque assaltaram a mais de 1 milhão de alunos e mataram as sua esperanças num país sério).

Mas isso pode ser fichinha, pois esse gabiru travestido de educador mexeu com R$ 72.000.000,00 (setenta e dois milhões de reais) de verbas públicas e vários negócios milionários escusos. Está rico. Pobres são os alunos e a Paraíba.

Aguardem. Vou contar detalhes. Mas, ‘para não dizer que não falei de flores’, anotem o nome do rato cotó que foi colhido pela ratoeira e deixou o rabo preso: Scocuglia – Afonso Celso Caldeira Scocuglia. Nessa caldeira estamos todos queimados. Talvez ele também.

Mas, porque ele se atreveu tanto?

 

 

Redação 

 

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