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A praga do nepotismo

Em meio a uma série de lambanças já incrustadas no Diário Oficial do Estado, algumas detectadas e um bocado ainda por vir à tona, desde 18 de fevereiro último, o Governo Maranhão III vem desafiando a capacidade de se indignar dos segmentos organizados da sociedade paraibana. Como uma praga que se espalhou na máquina administrativa, o nepotismo voltou com força a fazer parte da realidade do serviço público estadual.

Em tudo e por tudo, o nepotismo é uma erva daninha que não merecia voltar à nossa realidade. Tinha sido extirpada, durante a gestão do ex-governador Cássio Cunha Lima, por força de uma Medida Provisória que se transformou em lei.

Bastante rigorosa na lei, a Paraíba foi pioneira na iniciativa. Meses depois, nem tão ampla, a súmula do Supremo Tribunal Federal formalizava a execração da praga, em sintonia com um Brasil que aspira por velhas práticas serem deixadas no passado.

Pois é. Velha e danosa prática, o nepotismo volta com força no Governo Maranhão III. E não são casos isolados. Começa no próprio Palácio da Redenção: o governador deu o cargo de assessora particular para a sobrinha-neta; órgãos como a Fundação Espaço Cultural, os hospitais de Patos e Santa Luzia e a PBPrev estão infestados de parentada; Maria Hermínia Pimenta Correia Lima e o filho, George Pimenta Correia Lima, como vimos na coluna anterior, ganharam sua parte no latifúndio nepotista…

O deputado Gervásio Maia, líder do Governo, não se contentou em conseguir apenas a nomeação do primo, Lauro Sérgio Maia de Vasconcelos. Diligente, Gervazinho descolou cargos também para a esposa, cunhada e sobrinho de Lauro – a maioria na própria gerência regional de saúde dirigida pelo primeiro laureado.

É uma grande festa…familiar, às custas do erário. É uma farra sem tamanho em todos os recônditos do Governo Maranhão III. Que não se contenta apenas em distribuir cargos, em forma de gratidão, para colaboradores que o ajudaram no processo de cassaçaõ do ex-governador Cássio; que não se satisfaz exclusivamente com mimos, em forma de atos governamentais, para integrantes do Poder Judiciário; que não se constrange em perpetuar perseguições a pequenos servidores ou prestadores de serviços com mais de duas décadas na folha do Estado.

Na contramão dos novos tempos, Maranhão resinstala práticas antigas e torna a máquina administrativa, a cada dia, menos um instrumento a serviço da população que a sustenta, e mais um grande cabide de empregos, onde os sobrenomes fazem fila para entrar, sem cerimônia. E onde os apaniguados se refastelam, com voracidade pouco cívica, no banquete dos usurpadores do poder


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