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A impaciência de Ricardo

Há um visível clima de impaciência nos bastidores desse precipitado processo pré-eleitoral na Paraíba.

E até mesmo experientes agentes políticos como o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), já começam a dar claros sinais de que a ansiedade sobre desfechos decisivos no jogo sucessório passam a ter um ritmo mais lento do que acha ideal o seu nível de adrenalina diária.

Consolidando-se como a mais duradoura campanha sucessória da história da Paraíba, o pleito de 2010 explodiu com força no cenário político do Estado no início da segunda quinzena de fevereiro, quando o “buraco negro” da cassação do ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) surgiu no universo político paraibano, trocando o poder de mão e impondo uma série de medidas de acomodação para ambos os grupos que se digladiam e dividem o poder no Estado.

Não é à toa que Ricardo Coutinho esteja impaciente. Ele vislumbra 2010, dentro de seus planos políticos, como um cavalo selado. Dificilmente, teria uma outra chance tão promissora de assumir o Palácio da Redenção; imagina-se como bola da vez e, para isso, não por acaso, não abriu mão de definir o próprio vice em sua chapa da reeleição e promover, no atual mandato, uma maratona sem precedentes de visitas a várias regiões da Paraíba.

Trunfo imaginário para Ricardo, uma possível aliança com o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) a curto prazo não vingou. Cássio viajou para os Estados Unidos, tem-se mantido isolado voluntariamente do anfiteatro das discussões e monitora, a seu modo, os passos de cada ator do processo pré-eleitoral. E não é só isso.

Fica cada vez mais difícil para ele manter a imagem de aliado político formal de Maranhão, mas ao mesmo tempo vem entrando em rota de colisão com o governador, mantendo uma aliança apenas nas aparências ou na conveniência dos calendários eleitorais…

A pedra

Há um Cícero Lucena no caminho de Ricardo, no caminho de Ricardo há um Cícero Lucena, como diria o poeta…

Pois é. Parceiro antigo de Cícero, com uma história de cumplicidade política que vai além dos acordos formais entre homens públicos, Cássio sabe que tem preferencialmente compromisso com o amigo, desde que também este consiga se tornar competitivo e viável para uma disputa direta com o inimigo comum do grupo: o governador José Maranhão (PMDB).

Discreto, nos quase três meses que decidiu botar o pé na estrada e ir à luta, Cícero imagina estar fazendo sua parte. Já visitou praticamente 60 municípios, conversou com dezenas de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores da base aliada e tem sido incansável no cumprimento de uma agenda frenética por todas as regiões do Estado.

Politicamente, Cícero tem sido incansável no combate ao Maranhão III, tem sido uma espécie de “zagueiro” do grupo na ausência de Cássio e tem-se preocupado em pregar a volta da gestão tucana ao poder pelos resultados de eficiência na máquina pública, melhoria de índices sociais e alternativas para geração de empregos e renda.

Assumindo, com paixão, também a bandeira do municipalismo, o senador tenta se colocar como uma alternativa no processo, só faltando ainda administrar melhor o ódio alimentado em relação a seu principal adversário político – Ricardo Coutinho.

 

 

 

 

Tiro no pé

Em entrevista nesta terça-feira ao Rádio Verdade, da Arapuan FM, a presidente da Fundação de Ação Comunitária (FAC), Lúcia Braga, criticou sem reservas a política de expansão do programa do leite no Governo Cássio para os 223 municípios.

– Se tivéssemos mantido apenas nos 20 que havia, ficaria melhor de controlar – justificou ela.

Ou seja: pra quê melhorar as coisas se é melhor se assumir incompetente para realizá-las?


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